Força-tarefa acaba com quadrilha de fraudes de licitações públicas

Uma força-tarefa formada por policias civis paranaenses do Núcleo de Repressão a
Crimes Econômicos (Nurce), Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e
Tático Integrado de Grupos de Repressão Especiais (Tigre) deflagrou na manhã
desta terça-feira (28) a operação ?Grande Empreitada?. A ação policial cumpre 27
mandados de prisão temporária e outros 44 de busca e apreensão simultaneamente
em seis cidades espalhadas pelos Estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
A força-tarefa desmantela uma quadrilha responsável por fraudar licitações
públicas. Entre os locais vasculhados pelos policiais, está a sede da Petrobrás,
no Rio de Janeiro.

Até às 10h, desta terça-feira, 17 pessoas entre
empreiteiros, diretores da Associação Paranaense dos Empreiteiros de Obras
Públicas (Apeop) e servidores públicos já haviam sido presos. Os outros 44
mandados de busca e apreensão já haviam sido cumpridos pelos policiais. Ao todo,
200 policiais civis participam da operação nos três Estados com o apoio das
polícias carioca e paulista.

A investigação que resultou na operação foi
feita pela Polícia Civil do Paraná assim que o governador Roberto Requião
determinou, em novembro do ano passado, o envio de procedimentos licitatórios
com claras evidências de manipulação à Polícia e ao Ministério Público Estadual.
As informações também foram enviadas ao Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos
? Nurce. ?Dinheiro do povo é sagrado e não pode ser roubado. Poderíamos ter
preços mais baixos nas licitações não fosse a existência dessa prática de
manipulação das licitações?, afirmou o governador.

?As empreiteiras
articularam-se para não participarem de concorrências e esvaziavam a licitação.
Nós éramos obrigados a aumentar o preço para que eles aparecessem. Mesmo assim,
o DER trabalhou neste Governo com preços 25% abaixo do governo anterior. Isto
significou uma economia de R$ 250 milhões nos anos passado e retrasado em obras.
Foi então que tivemos que atuar diretamente nesta Associação, que era a sede do
conluio. Fomos na raiz do problema e agora eles não têm como sair porque além de
escuta telefônica, que flagra a ação criminosa, há também a escuta ambiental,
feita diretamente nas reuniões que aconteceram nesta associação?, disse o
governador Roberto Requião, quando anunciou ao público a operação policial,
nesta manhã.

Segundo o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando
Delazari, a polícia trabalha para que a Associação deixe de existir no mundo
jurídico. ?Está sendo impetrada uma ação civil pública contra a associação. O
crime desse pessoal é invisível, não são usadas armas mas sim estruturas de
escritórios para roubar o dinheiro da população e o dinheiro público, da
população é sagrado, não pode ser roubado?, disse o secretário.

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