Brasília ? A direção da Força Sindical, em conversa com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, manifestou preocupação com as férias coletivas e as demissões ocasionadas após o surto de febre aftosa no estado do Mato Grosso do Sul. Os sindicalistas querem negociar com os governadores, o governo federal e o legislativo uma saída para a crise. Entre as alternativas estão o barateamento da carne bovina no país, para estimular o consumo, resguardando assim os empregos no setor, ameaçados pelos bloqueios à carne brasileira no exterior.

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Liderada por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a Força pediu ao ministro que coordenasse uma série de reuniões com os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e com os presidentes da Câmara e do Senado, além de trabalhadores e empresários para tentar resolver a questão.

"A nossa preocupação é que essas férias coletivas vão se transformar em desemprego. Já tinha frigorífico demitindo em São Paulo e conseguimos segurar por 30 dias, mas tenho notícia de demissão no Mato Grosso do Sul. Se há um problema com a exportação, vamos tentar aumentar o consumo de carne aqui, barateando e discutindo talvez a redução de imposto para o setor. Além disso, estudar a possibilidade dos governadores liberarem o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] para garantir os empregos", afirmou.

Segundo Paulinho, o setor da carne emprega aproximadamente um milhão de trabalhadores direta e indiretamente. Ele acrescentou que "a maioria dos frigoríficos deu férias coletivas" e há embargo da carne não só no exterior, mas em estados como São Paulo e Paraná, que não recebem mais o produto do Mato Grosso do Sul. "Em Santa Catarina, não passa nem caminhão de bois dentro do estado. Portanto, é preciso ter compreensão também dos governadores."

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Além da questão da aftosa, o sindicalista informou ao ministro que as centrais sindicais preparam uma manifestação para os dias 28, 29 e 30 de novembro. O objetivo é corrigir a tabela do imposto de renda e aumentar o salário-mínimo para R$ 400. "Estamos levantando ainda a inflação do período, já que falta novembro e dezembro. Estamos com idéia de pedir a inflação do período do governo Lula. Devemos chegar em torno de 14% no máximo de correção da tabela", contou.