Mais 190 policiais estão prontos para atuar em operações especiais pela Força Nacional de Segurança Pública em qualquer parte do país. Eles fazem parte da 7ª turma treinada pela Academia Nacional de Polícia, e agora integram um grupo de 1.422 homens e mulheres das polícias militar e rodoviária, além de corpo de bombeiros de todo o país, capazes de atender a pedidos de cooperação dos estados. O ministro da justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o secretário nacional de segurança pública, Luiz Fernando Corrêa, participaram da solenidade, nesta terça-feira, em Brasília.
A cerimônia de formatura da turma, a última do ano, foi digna de uma verdadeira operação de guerra. Houve sobrevôo de helicópteros, explosão de bombas, queima de artefatos de fumaça colorida, além da apresentação do grupo de formandos, que vibraram muito com a conclusão do curso. Para reforçar a imagem de sucesso da Força Nacional, também participou do evento a turma que fez a primeira operação especial, no Espírito Santo, entre os dias 29 de novembro e 11 de dezembro. Os policiais estavam todos com uniformes especiais, pintura de camuflagem no rosto, portando carabinas e pistolas próprias do grupo.
Para o ministro Márcio Thomaz Bastos, que queria demonstrar o orgulho do governo federal na formação da Força Nacional, a iniciativa representa a concretização da idéia de solidariedade entre os estados brasileiros. "A Secretaria Nacional de Segurança Pública não montou um aparato burocrático, não criou um novo exército. Mas lançou mão de suas idéias, da necessidade de cooperação federativa. E a Força Nacional já é um êxito absoluto dentro do Sistema Único de Segurança Pública. Isto é a segurança encarada como uma atividade de estado, porque o que interessa é construir um Brasil mais seguro", declarou.
O secretário Luiz Fernando Corrêa, disse que a Força Nacional representa a importância que os estados estão dando à necessidade de articulação em momentos de crise na segurança pública. Para ele, no entanto, mais importante que a precisão que as tropas representam é a uniformização de procedimentos que passa a existir a partir dos treinamentos realizados em Brasília pelos melhores 36 instrutores policiais do país.
"Nós queremos que o Programa da Força Nacional seja um instrumento para nivelar conhecimentos, fixar doutrinas e definir padrões de procedimento em todo o território nacional" disse o secretário. Ele ainda comparou o grupo de policiais brasileiros às tropas internacionais formadas pela Organização das Nações Unidas, que atuam em diversos países do mundo dentro do espírito de solidariedade com as nações mais necessitadas, a exemplo do que faz o Brasil com o Haiti.
Entre o grupo de formandos, policiais dos todos os estados demonstravam a satisfação pela conclusão do curso em Brasília. O tenente S. Júnior, da Polícia Militar de Sergipe, era um deles. "Agora me sinto muito mais bem preparado. No trabalho do dia a dia, a gente acaba esquecendo algumas regras e deixando de lado alguns procedimentos. Nesses 15 dias que passamos aqui, nós reavivamos nossos conhecimentos e até aprendemos novas técnicas", revelou.
A formação de novas turmas da Força Nacional de Segurança Pública recomeça, provavelmente, em janeiro. Em 2005 serão formados mais 4.500 policiais, devendo a final do atual governo terem sido treinados e capacitados um total superior a 10 mil homens e mulheres para ações especiais de emergência.