Brasília (AE) – O procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, começou a estudar hoje um pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal para que requisite à chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, todos os contratos de publicidade e marketing feitos pela administração direta do governo.
É provável que Fonteles tome uma decisão até quinta-feira (30), quando termina o mandato dele. Fonteles será substituído pelo futuro procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. Se Fonteles ratificar o requerimento, órgãos como a Presidência da República e os ministérios terão de prestar informações sobre os contratos de publicidade.
Solicitados, os dados poderão ser usados nas investigações realizadas pelo MPF e pela Polícia Federal (PF) sobre as supostas irregularidades ocorridas na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Há suspeitas de que parte dos recursos usados para pagar mesadas a deputados seja proveniente de agências contratadas pelo Poder Executivo.
Às vésperas de deixar a chefia do MPF, o procurador-geral da República teve de ocupar-se, diretamente, das investigações sobre as suspeitas de pagamento de "mensalão" a deputados. Na semana passada, Fonteles abriu um procedimento investigatório para apurar as suspeitas de pagamento.
Mas o procurador-geral decidiu excluir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva da apuração. "O presidente foi excluído pelo próprio Roberto Jefferson", afirmou, na ocasião, numa referência ao presidente nacional licenciado do PTB e deputado pelo Rio, que revelou a existência de uma suposta quantia paga a parlamentares, mas disse que Lula não tinha conhecimento.