Fonteles: conduta de funcionário dos Correios acusado de corrupção é “gravíssima”

O procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, classificou nesta terça-feira (17) como "gravíssima" a conduta do chefe de Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho. O funcionário é acusado de participar de um esquema de corrupção para direcionar processos de licitação na empresa pública.

"Se há um dinheiro, a foto é ele com a mão no dinheiro, isso é gravíssimo, é comprometer a função pública", avaliou Fonteles, na saída do 1º Seminário Ministério Público para Jornalistas, na Escola Superior do Ministério Público da União. "Temos que lutar nesse país para mostrar que vale a pena ser honesto, que você como servidor público tem que ter amor no trato da coisa pública."

Na gravação divulgada pela imprensa, Marinho cita o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ) e diz que ele tem conhecimento das atividades de favorecimento ilícito. Por ser parlamentar, Jefferson só pode ser investigado pelo procurador-geral da República.

"Ainda não tive acesso a nada, mas se na coleta de depoimentos a Polícia Federal e os procuradores da República caracterizarem o envolvimento do deputado, quem avalia a conduta dele sou eu", explicou Fonteles, que durante o encerramento do seminário para jornalistas fez um balanço dos quase dois anos à frente do Ministério Público da União.

Contrário à recondução ao cargo, ele deixará a procuradoria-geral no dia 30 de junho deste ano. Para Fonteles, durante a sua gestão, o Ministério Público passou de um período de voluntarismo para um ciclo de maturidade institucional. "Procurei abrir um forte processo de diálogo. Visitei quase todas as unidades regionais. Só falta Alagoas. Penso que o líder tem que mostrar a cara dele para ser julgado e, só depois, seguido."

Há 30 anos no Ministério Público Federal, Fonteles acredita que o Brasil avançou no conceito de cidadania, até pouco restrito no ato de votar. Na opinião dele, agora, o cidadão já sabe dizer "alto lá", reclamar da construção uma represa na sua região ou até mesmo de um administrador corrupto na prefeitura. "Acho até que o jornalismo e o Ministério Público hoje têm uma identidade. Os jornalistas são os olhos da sociedade e, nós, a voz para questionar."

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo