A persistência de focos localizados de pressão na inflação e a deterioração do
cenário externo fizeram com que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central (BC) decidisse, por unanimidade, aumentar a taxa Selic para 19,5% ao
ano. É o que informa a ata da última reunião do comitê, divulgada pelo BC.
Segundo o documento, o Copom identificou a existência de fatores que aumentaram
os riscos ao processo de convergência da inflação para a trajetória de meta.
"Esses riscos estão associados a persistência de focos localizados de pressão na
inflação corrente e a deterioração no cenário externo, com os preços do petróleo
em níveis elevados e a possibilidade de permanência de condições voláteis nos
mercados internacionais de capitais." Os membros do comitê avisam que
acompanharão, "atentamente", a evolução do cenário "prospectivo" para a inflação
até o próximo encontro, em maio, para então definir os próximos passos na
estratégia de política monetária implementada desde setembro, quando o Copom
passou a elevar a taxa de juros. O comitê diz ainda que somente a perspectiva de
manutenção da taxa de juros por um período suficientemente longo de tempo "no
nível estabelecido em sua reunião de março" não proporcionaria condições
adequadas para assegurar a convergência de inflação para a trajetória de metas
por causa dos riscos de curto prazo e a persistência nos últimos meses. Por
isso, o Copom aumentou, novamente, a Selic em abril.
