O crescimento na América Latina deve desacelerar para 4,9% neste ano, ante taxa de 5,5% em 2006, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório Perspectivas Econômicas Globais divulgado nesta quarta. "O ambiente externo deve se tornar um pouco menos favorável à medida que o crescimento global tem moderação e os preços do petróleo e dos metais recuem ante os níveis de 2006", adverte o Fundo.
Segundo o FMI, "esta desaceleração deve ser relativamente ampla – com Brasil e Chile como as exceções – embora o crescimento na Argentina seja projetado em 7,5%". Países e regiões que têm laços comerciais próximos com os EUA, como o México, América Central e Caribe, ou são exportadores de petróleo e metais, como Chile, Equador, Peru e Venezuela, serão bastante afetados, prevê.
Por outro lado, pondera o Fundo, preços menores do petróleo beneficiarão países que não são exportadores significativos de commodities, incluindo diversos da América Central e Caribe. Ainda, "o fortalecimento dos preços de grãos deverá ajudar os exportadores de produtos agrícolas, como Brasil e Argentina". Para o México, a projeção é de crescimento de 3,4% neste ano e de 3,5% em 2008.
Acelerar a reforma trabalhista na América Latina ajudaria a estimular a fraca performance de produtividade da região, de acordo com o FMI. "Acelerar a reforma desencorajaria o rápido crescimento do setor informal que tem reduzido a produtividade e enfraquecido a proteção dos trabalhadores", pondera o Fundo no documento.
De acordo com o FMI, o estabelecimento de regimes estáveis, transparentes e equilibrados para a provisão de infra-estrutura e para a exploração de recursos naturais ajudaria a reduzir riscos de gargalos, corrupção e falta de investimento que seriam impedimentos sérios ao crescimento de longo prazo.
A produtividade na América Latina fica atrás tanto dos EUA quanto da Ásia, tanto no setor de indústria quanto no de serviços. "Reformas para aumentar a abertura econômica, melhorar o clima de negócios, aprofundar o setor financeiro para assegurar disponibilidade de crédito para projetos de investimento a juros competitivos e limitar o papel das empresas estatais na economia serão medidas importantes para fortalecer o crescimento da produtividade à frente", estima o Fundo.