A utilização de medidas bruscas para limitar os "desequilíbrios globais" podem ameaçar o crescimento e a estabilidade, disse o vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), John Lipsky. "A transição não precisa ser traumática, se conduzida gradualmente. Os desafios são de prazo médio e não uma emergência", afirmou. Lipsky fez os comentários no Fórum Econômico de Bruxelas sobre "Ajustes Globais e União Monetária Européia".
O diretor do FMI sugeriu serem necessárias reformas políticas em todas as principais regiões para reduzir os déficits comerciais globais e os superávits. A China, com seu amplo superávit em conta corrente, deve reequilibrar o crescimento, distanciando-o das exportações e direcionando-o para o consumo doméstico, além de aprofundar a reforma do setor financeiro.
"O Japão deve utilizar reformas estruturais para ampliar seus investimentos, ampliar sua competitividade de mercado e elevar a flexibilidade do mercado de trabalho", disse Lipsky.
"Os EUA, com seu grande déficit, devem controlar os gastos públicos e ampliar suas receitas", aconselhou. Lipsky acrescentou que a Arábia Saudita e outros países produtores de petróleo devem elevar os investimentos sociais e incentivar os investimentos domésticos no setor de petróleo, mas com diversificação.
"A zona do euro não apresenta importantes desequilíbrios, mas deve desregulamentar o mercado de produtos, deixar o mercado de trabalho mais flexível e competitivo e integrar e desenvolver os mercados financeiros", afirmou.