O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, criticou as medidas econômicas anunciadas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e elogiou o desempenho da economia brasileira. ?O governo (venezuelano) tem de levar em conta que decisões com objetivos de curto prazo, para aumentar a receita do governo, podem ir contra decisões de médio prazo, de aumentar investimentos; e, do ponto de vista de crescimento, investimento é um elemento muito mais importante.

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Ele ressalvou que não conhece detalhes da estatização anunciada por Chávez e não quer fazer ?julgamentos ideológicos?. ?Aconselharíamos o governo venezuelano a manter as condições de investimento estáveis; se decidir mudar a propriedade dos meios de produção, na nossa opinião, isso tem de ser feito de forma ordenada.

Rato criticou também a iniciativa de Chávez de acabar com a autonomia do Banco Central. ?A autonomia do BC é um elemento muito importante da estabilidade macroeconômica em qualquer país?, disse. Ele citou Brasil, México e Colômbia como exemplos de como ?uma maior independência do Banco Central? favorece a política antiinflacionária.

Brasil

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O diretor-gerente do Fundo elogiou ontem a política econômica brasileira. ?No Brasil, vimos um desempenho muito bom em termos de estabilidade macroeconômica e redução de pressões inflacionárias?, disse Rato. Ele afirmou que o Fundo concorda com a agenda do governo brasileiro de aumentar o crescimento, mantendo estabilidade macroeconômica.

Mas Rato afirmou que, para o Brasil entrar em rota de crescimento sustentado, será necessário não apenas o ajuste fiscal que o País vem realizando. ?O desafio é a qualidade do ajuste fiscal, em termos de gastos sociais e em infra-estrutura.

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Equador

Rato disse que prefere não especular sobre as declarações do presidente do Equador, Rafael Correa, que anunciou a intenção de renegociar a dívida do país e acabar com a independência do Banco Central. ?Uma equipe do Fundo esteve com o ministro Patiño e ele disse que ainda não foram tomadas decisões sobre esse assunto.

Petróleo

O líder do Fundo fez uma advertência aos países latino-americanos que vêm se beneficiando dos altos preços do petróleo. ?As oportunidades proporcionadas pelo alto preço do petróleo deveriam ser base para uma transformação estrutural e aumento de transparência.? Mas, de forma geral, ele vê um cenário benigno para a região, que cresceu 5% no ano passado, a expansão mais vigorosa desde os anos 70.