Terminou em derrota para Brasil, Argentina, Índia, Egito e a maioria dos sul-americanos o primeiro jogo da reforma política do Fundo Monetário Internacional (FMI). Foi aprovada por 90,6% dos votos a resolução sobre mudança do sistema de cotas e de votos. Eram necessários 85%. Por enquanto, o Brasil perde uma posição, com a subida do México. Poderá perder mais, dependendo da fórmula que seja elaborada para a redistribuição de cotas e de poder
O Brasil deteve até agora 1,42% das cotas, em 17º lugar numa lista de 184 países. Ficará, na primeira fase da mudança, com 1 40% e cairá um degrau. O México passará de 1,21% para 1,45% e ficará em 16º lugar, uma posição acima da Espanha e duas acima do Brasil. A China passará do 8º lugar, com 2,98%, para o 6º, com 3,72% dos votos, superando a Itália. Coréia e Turquia são os outros países beneficiados no primeiro ajuste
A reforma política deverá ocorrer em duas fases. Na primeira, haverá uma correção imediata da posição daqueles quatro países, com base nos critérios atuais de repartição de cotas e voto. Os quatro estão claramente sub-representados e o Brasil e seus aliados não se opõem a esse acerto.
Na segunda fase, que deverá ser concluída em dois anos, será definida a nova fórmula para distribuição de poder. A resolução proposta pelo diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, indica apenas os critérios que serão considerados.
Esses critérios deverão beneficiar as maiores economias e as mais abertas, até com risco de maior concentração de poder, segundo os opositores da proposta. Por causa desse risco, o Brasil e seu grupo se opuseram, embora pudessem aceitar, noutra circunstância, a concessão de mais cotas e mais votos aos quatro países. Resta agora, na segunda etapa, tentar influir na definição da fórmula.