Brasília – A experiência argentina fará o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisar os objetivos acertados com países devedores e a maneira como serão cumpridos. Em nota oficial, os diretores do Fundo admitiram ter sido ?muito otimistas? ao estimar o índice de crescimento argentino nos 90 e nos meses anteriores à suspensão do pagamento da dívida, em 2001.
A nota classifica a crise argentina de 2001 e 2002 como “uma das suas piores de sua história”. A diretoria divulgou que “as projeções de cresimento da Argentina ? feitas pelo Fundo e analistas do mercado ? foram à época muito otimistas, levando a uma visão muito complacente com a perfomance fiscal do país”.
De acordo com a análise do Fundo, a crise teria acontecido por uma série de fatores, entre os principais deles ?o crescente endividamento público e a contínua disposição da comunidade financeira privada em financiar as crescentes necessidades de crédito?. O FMI completou que a crise da Argentina foi um “importante aprendizado” para prevenir crises futuras e suas conseqüências.
O organismo aponta algumas lições para a análise da crise, principalmente pelo fato de a dívida “não ter sido alarmante em relação ao tamanho da economia” e a “estabilidade da política fiscal” da época. A paridade de câmbio, que equiparava o peso ao dólar, também pode ter fomentado a crise. ?É importante que o regime de câmbio venha apoiado por algumas políticas estruturais e macroeconômicas totalmente consistentes?, disse a nota.
Brasil e Argentina acertaram recentemente medidas comuns para negociar com organismos internacionais de crédito, entre eles o FMI. A principal proposta é alterar as regras do Fundo para não considerar os investimentos em infra-estrutura como despesas no cálculo do superávit primário.
FMI admite que foi ”otimista demais” com a Argentina
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