Rio de Janeiro, 20 (AE) – Romário não vai jogar mais pelo Fluminense. A decisão foi anunciada na noite desta quarta-feira pelo presidente do clube, David Fischel, depois de uma semana turbulenta nas Laranjeiras, em que Romário se envolveu numa polêmica com o técnico Alexandre Gama.

O dirigente resolveu dar apoio ao treinador e optou por rescindir o contrato de Romário. “Foi uma decisão difícil e de certa forma triste. Levamos em consideração vários aspectos: o ético, o comercial, o contratual e o técnico”, explicou David Fischel.

Com isso, Romário poderá acertar sua transferência para o Vasco a qualquer momento. As negociações já teriam começado hoje mesmo, após a decisão do Fluminense.

O presidente do Vasco, Eurico Miranda, já deixou claro que Romário será bem-vindo para a temporada de 2005. O vice-presidente jurídico do clube, Paulo Reis, chegou a dizer nesta quarta-feira à noite que “uma vez rescindido o contrato com o Fluminense, bastam cinco minutos para Romário acertar com o Vasco.”

David Fischel tentou várias vezes, nesta quarta-feira, manter contato com o jogador, mas não conseguiu – disse que até deixou recado na secretária eletrônica dele. Por isso, o presidente espera formalizar a decisão nesta quinta-feira, nas Laranjeiras, com a presença de Romário.

“Houve até um atraso na decisão. Eu ponderei bastante, mas foi o melhor para o Fluminense”, disse o presidente do clube. Ele evitou críticas diretas ao jogador, chegando até a elogiá-lo e a citá-lo como um reforço produtivo para o Fluminense na primeira vez em que foi contratado, em 2002.

“Valeu a pena. Logo na estréia dele o Fluminense ganhou de 5 a 1 do Cruzeiro com 70 mil pessoas no Maracanã, e ele marcou três gols. Graças a ele, o clube chegou à semifinal do Brasileiro de 2002”, lembrou.

Depois desse primeiro período nas Laranjeiras, Romário teve uma passagem pelo futebol do Catar. E voltou ao Fluminense posteriormente.

Ultimamente, ele vinha atuando pouco, por causa da condição física ruim. Envolveu-se em discussões públicas com outros jogadores do clube, como Roger e Edmundo, e se indispôs com boa parte da torcida do Fluminense.

A última polêmica foi com Alexandre Gama, que não o escalava para jogar. Na semana passada, um comentário do treinador serviu como o estopim da crise final. Ele disse acreditar que Ronaldo teria todas as condições para se tornar o melhor jogador do Brasil desde os tempos de Pelé. Romário sentiu-se atingido e reagiu, desafiando o técnico.

“A rescisão para o clube não significa nada de expressivo, porque se refere apenas a direitos federativos. Ele tem uma outra discussão que é sobre direito de imagem, mas aí, é uma questão do Romário com o patrocinador (Unimed)”, explicou David Fischel.

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