Flamengo goleia Cruzeiro e fica na primeira divisão em 2005

O Flamengo demorou 46 rodadas para, enfim, apresentar um futebol convincente no Campeonato Brasileiro. Venceu o Cruzeiro por 6 a 2, em Volta Redonda (RJ), e livrou-se do rebaixamento. O placar poderia ter sido mais elástico, tal a quantidade de oportunidades desperdiçadas pelo Rubro-Negro. O craque da equipe, Felipe, fechou com grande estilo a goleada. Já nos acréscimos da segunda etapa, driblou um adversário e, de fora da área, deu um toque sutil por cima do goleiro.

A bola entrou a poucos centímetros do travessão. Na comemoração, tirou a camisa e foi reverenciado pelos colegas.

Ao time do Cruzeiro, campeão brasileiro de 2003, restou assistir em campo à exibição do Flamengo. O visitante até que criou chances, esbarrando algumas vezes na categoria do goleiro Julio Cesar.

O jogo começou nervoso e muito corrido. A torcida do Flamengo lotou o Estádio da Cidadania, incentivou a equipe, mas demonstrou impaciência no início, com os erros de passe e de finalização. O zagueiro André Bahia, envolvido numa briga judicial com o clube, foi quem abriu o marcador, numa cabeçada, aos 27 minutos. O lance incendiou o Rubro-Negro. A partir de então, o Flamengo passou a atacar com mais confiança e logo conseguiu fazer o segundo gol, com Ibson, desequilibrado, escorando passe de Felipe.

O Cruzeiro, atordoado, deu a saída de bola e foi surpreendido logo na jogada seguinte do Flamengo, numa conclusão de Whellinton de fora da área: 3 a 0. Com a vantagem, os atletas da equipe carioca pareciam festejar um título. Julio Cesar era quem mais vibrava. Aos 37, no entanto, a defesa do Flamengo bobeou e Fred aproveitou cruzamento de Wagner para diminuir.

Os gols surgiam em seqüência. O 4 a 1 veio ainda no primeiro tempo e novamente por intermédio de André Bahia. Ele usou a cabeça mais uma vez para superar o goleiro Doni. O Cruzeiro voltaria a descontar antes do intervalo, com Tápia, num chute de dentro da área.

O esboço de reação do Cruzeiro serviu de alerta para o Flamengo. A conversa entre o técnico Andrade e os atletas, no intervalo, versou sobre como administrar o placar de 4 a 2. Era preciso concentração total, ele avisou. Nada de comemorar a permanência do clube na Primeira Divisão antes do término da partida. Os resultados da rodada beneficiavam o Flamengo, mas Andrade queria mais. Foi atendido por Athirson. O lateral cobrou com perfeição uma falta na intermediária e consolidou a goleada.

Na arquibancada, os flamenguistas já não ligavam para o jogo. Com radinhos de pilha, queriam saber informações sobre outras partidas; se o Botafogo cairia, se o Santos seria mesmo o campeão, derrotando o maior rival do Rubro-Negro, o Vasco. Andrade, o diretor-técnico Júnior e outros dirigentes se abraçavam à beira do campo, esperando o apito final. Não imaginavam que Felipe ainda prestaria uma bela homenagem ao futebol nos últimos dias de 2004.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo