O gasto diário do Brasil com o pagamento de juros entre janeiro e outubro foi de exatos R$ 444 milhões. Ou seja, R$ 134,9 bilhões nos últimos dez meses, ou o equivalente médio de R$ 13,5 bilhões por mês. A dívida pública que consome essa montanha de dinheiro é de responsabilidade dos governos da União, estados e municípios.
A queda da taxa Selic, principal indexador da dívida do setor público, não foi suficiente para retrair as despesas com os encargos financeiros, que devem chegar ao final do exercício em patamar semelhante ao do ano passado. Na época, o total despendido pelo governo com o pagamento de juros foi de R$ 157,1 bilhões, ou 8,1% do PIB.
Técnicos do Banco Central calculam que este ano a relação entre gastos com juros e PIB fique em 7,8%, chegando a expressão monetária a R$ 162 bilhões. O problema mais grave é que para pagar juros, o governo lança mão de arrocho fiscal cada vez mais drástico.
Por exemplo, no início do governo Lula, a meta do superávit fiscal (o corte de gastos para o pagamento dos juros) subiu de 3,75% para 4,5% do PIB, índice mantido até hoje. Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), um gasto astronômico para os padrões internacionais. Um flagelo para a parte de baixo da pirâmide social.