Os deputados estaduais da oposição, liderados por Valdir Rossoni (PSDB), líder da minoria, estão tentando de todas as formas impedir que aconteça a eleição no Tribunal de Contas do Estado (TCE) que, hoje, tem quatro candidatos, três desconhecidos e o atual secretário da Educação, Maurício Requião. Alegam os oposicionistas que há vícios no edital publicado na semana passada.

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Acima das falhas (se elas existem ou não, é tarefa da Assembléia Legislativa e do TCE descobrirem), o que surge como interessante nesta história é a reação dos deputados. A frase de Durval Amaral (DEM) é lapidar: ?Eu só entro se for para ganhar. Não vou entrar para perder?, comentou o deputado, que seria o nome da oposição para combater Maurício Requião na eleição.

Isto porque todo o trabalho do governo estadual está focando a eleição do secretário e ?primeiro-irmão?. Não se viu, nos últimos dias, nenhum anúncio de plano a longo prazo, de projeto de importância para o Estado ou mesmo alguma boa notícia vinda do Palácio das Araucárias. O que se sabe são as negociações, as tratativas, as tertúlias infindáveis para a unção de Maurício no TCE.

E, desta vez, fugindo a longa tradição, alguns deputados de oposição tentam impedir que a eleição tenha um caráter político. É certo que isto poderia ter acontecido vez ou outra, mas o importante é que isto está acontecendo. Talvez seja uma mudança fundamental de enfoque. A participação popular é necessária em um processo desta magnitude. Como diz o deputado Rossoni: ?O edital não é esclarecedor de forma a dar oportunidade a todos os paranaenses de participarem, como prevê a Constituição?.

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Sorte do Paraná que os conselheiros sempre demonstraram capacidade de ocupar seus postos. O TCE é um dos órgãos mais importantes do Judiciário, pelo seu caráter fiscalizador e democrático. Lá se descobrem erros e acertos dos governantes, e, só por isto, seria um tribunal de transcendental importância.

Mas apenas agora, quando a truculência toma conta do processo sucessório, descobre-se que nós, paranaenses, pouco sabemos desta história.

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