O astrofísico Stephen Hawking, que depende de uma cadeira de rodas para sua locomoção há décadas, espera que a ausência de peso seja "um paraíso", no momento em que se prepara para realizar nesta quinta-feira (26) um vôo de gravidade zero. "Para alguém como eu, cujos músculos não funcionam muito bem, não ter peso será o paraíso", disse ele. Hawking, de 65 anos, sobre da doença de Lou Gherig, será o primeiro portador de deficiência a participar de um dos vôos oferecidos pela Zero Gravity Corp, uma empresa de turismo espacial.
Partindo do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, o jato cria intervalos de ausência de peso que duram 25 segundos, durante mergulhos sobre o Oceano Atlântico. Normalmente, o aparelho realiza de 10 a 15 mergulhos para a satisfação dos passageiros, que pagam US$ 3.750 (R$ 7.500) pelo passeio. No caso de Hawking, porém, a viagem é por conta da casa. Com o astrofísico, o avião fará apenas um mergulho. Mergulhos subseqüentes só serão realizados se médicos enfermeiros se certificarem de que o cientista está apreciando o passeio.
Incapaz de utilizar as mãos, as pernas ou a voz, Hawking depende dos músculos ao redor dos olhos, sobrancelhas e boca para criar expressões faciais e, assim, comunicar-se. Quando está na cadeira de rodas, ele conta com um sintetizador de voz, que ativa selecionando palavras numa tela de computador. A seleção é feita com a pressão do rosto. A cadeira de rodas com o sintetizador não estarão a bordo do avião.