Fiscalização liberta em MG seis trabalhadores em regime análogo à escravidão

Brasília – Auditores fiscais do Trabalho, da Subdelegacia do Trabalho em Juiz de Fora, resgataram esta semana seis trabalhadores em situação análoga à escravidão, na Zona da Mata mineira, depois de receberem uma denúncia. Os trabalhadores, procedentes de Barbacena (MG), foram resgatados no Sítio da Lagoa, em Chiador.

Em entrevista à Radiobrás, o chefe do Setor de Fiscalização da Subdelegacia do Trabalho em Juiz de Fora, Roberto Mosqueira, e que comandou a operação, disse que os seis resgatados são pessoas "com deficiência mental e alcoólatras". Essas características, segundo o fiscal, tornam as pessoas alvo de aliciadores de mão de obra escrava.

Ele contou que todos os trabalhadores foram libertados porque dois deles fugiram e foram encontrados por um sitiante, que fez a denúncia. A Polícia Militar foi à fazenda e prendeu, em flagrante, um dos aliciadores, por porte ilegal de armas.

Mosqueira não quis divulgar o nome da pessoa, já que o processo ainda está em fase de comprovação documental.

O auditor informou que outras duas pessoas têm ligação com o caso. "São três irmãos acusados de aliciar trabalhadores", disse.

De acordo com o auditor, o segundo agenciador chegou a ser preso na segunda-feira (14), mas já se encontra em liberdade por não portar arma ilegalmente.

Segundo informou a Assessoria de Imprensa da Delegacia Regional do Trabalho de Minas Gerais, a Polícia Militar ao chegar no Sítio da Lagoa encontrou uma caderneta, na qual constava todas as despesas dos trabalhadores, inclusive a compra de alimentos, cigarros, cachaça, o que caracteriza que na propriedade havia a "escravidão por dívidas".

Os seis trabalhadores não recebiam os salários há três meses e não tinham carteira de trabalho assinada.

Roberto Mosqueira disse que logo após serem libertados, os trabalhadores receberam os direitos trabalhistas.

A Assessoria de Imprensa informou ainda que somente neste mês a Delegacia Regional do Trabalho em Minas Gerais resgatou 47 trabalhadores em regime de escravidão nas fazendas do estado. Desse total, 31 trabalhadores foram resgatados em uma colheita de café, na região do Alto Paranaíba.

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