Fiscais libertam 11 trabalhadores escravos em MT

Onze trabalhadores que estavam em situação análoga à de trabalho escravo foram libertados na última quarta-feira (20) da Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Paranatinga (MT). Outros 33 – entre eles dois menores e uma mulher – foram retirados do local pouco antes da chegada do grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho.

A coordenadora do grupo móvel, Maria Luzângela Tenório Pessoa, informou que a situação em que os trabalhadores foram encontrados caracteriza bem o trabalho escravo. Todos dormiam em barraco de lona sem proteção lateral, em camas de madeira improvisada, cujo colchão era feito de capim. A água ingerida era retirada do mesmo córrego utilizada para o banho e para lavar roupas. Eles trabalhavam na colheita de capim baqueara.

Os trabalhadores foram contratados em Fátima do Sul (MS) pelo ‘gato’ (aliciador de mão-de-obra) Leônidas Barros, preso em flagrante por porte ilegal de armas. Sem receber salário, os trabalhadores foram obrigados a contrair dívidas na cantina da fazenda para comer e adquirir produtos de higiene. Segundo os fiscais, o proprietário da fazenda, Florisberto Leal, se recusa a pagar as multas e indenização obrigatórias por lei. O caso será resolvido na Justiça do Trabalho.

Em 2005, Mato Grosso foi o Estado o em que mais pessoas foram libertadas do trabalho escravo no ano passado. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram libertados 1.411 trabalhadores no estado.

Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) informa que só neste ano, já foram realizadas em todo País 65 operação que fiscalizaram 116 fazendas. O total de libertos é de 2.199 trabalhadores e mais de R$ 4 milhões foram pagos em indenizações. O Estado do Pará continua liderando o ranking do trabalho escravo, com 579 libertos. Em seguida vêm os estados do Tocantins, com 453, a Bahia, com 449.

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