Fiscais agropecuários em greve garantem combate à aftosa

A greve dos fiscais agropecuários, iniciada hoje, pouco prejudicou os trabalhos de combate à febre aftosa. De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), Wilson Roberto de Sá, os fiscais fizeram uma greve "de ocupação", ou seja, eles estavam em seus postos, mas não trabalharam.

Em Mato Grosso do Sul, onde foram confirmados 22 casos da doença, e no Paraná, onde há suspeitas, alguns fiscais não fizeram greve e estão em alerta. No Paraná, 50 fiscais fazem plantão para atender aos assuntos relacionados à doença. Em Mato Grosso do Sul, 100 fiscais estão trabalhando na região dos focos no extremo sul do Estado.

Em todo o País, são 3.500 fiscais agropecuários. A fiscalização e certificação animal e vegetal são funções dos fiscais agropecuários, além do controle das importações e exportações de produtos agrícolas. "No controle da aftosa, alguns portos e aeroportos, cerca de mil fiscais trabalharam hoje", disse o vice-presidente da Anffa.

De acordo com nota distribuída pela associação, a fiscalização no Porto de Paranaguá foi paralisada. Em Foz do Iguaçu, foi adotada a chamada "operação padrão", com a liberação de apenas um caminhão. "Os frigoríficos de abates de bovinos do município de Maringá estão totalmente paralisados", informou a nota. No escritório de Londrina, 90% dos funcionários aderiram à greve, segundo a associação.

Em São Paulo, os trabalhos estão limitados à prevenção da febre aftosa. No Aeroporto de Guarulhos, os trabalhos limitam-se ao controle de ingresso no País de ovos férteis, pintos de um dia e animais de estimação. Apesar da iniciativa privada temer prejuízo para as exportações, o Ministério da Agricultura informou que não vai se pronunciar sobre a greve.

Os fiscais agropecuários reivindicam aumento salarial, realização de concurso público, isonomia entre ativos, aposentados e pensionistas e fim do contingenciamento dos recursos orçamentários da Secretaria de Defesa Agropecuária. São 13 os níveis da carreira, com salários entre R$ 2.800 e R$ 4.021. O pedido é para que esses valores sejam corrigidos para R$ 4.140 e R$ 5.900.

"Entregamos nossa pauta de reivindicação há mais de um ano para o Ministério do Planejamento e não recebemos resposta. Por isso, decidimos parar", disse Sá. Na sexta-feira, o ministério sinalizou com a criação de um grupo de trabalho para, em 15 dias, avaliar os pedidos dos grevistas, sugestão rejeitada pelos grevistas.

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