O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) Carlos Mariani Bittencourt classifica como "fantasiosas e delirantes" as suposições de que a entidade estaria envolvida num esquema de corrupção. Ele explica ainda que não será aberta nenhuma sindicância interna para apurar o caso, já que uma auditoria externa realizada para esse propósito, entre maio e julho deste ano, não encontrou irregularidades na federação.
Segundo noticiou a TV Globo, ontem, o Ministério Público Federal tem em seu poder a gravação de uma conversa telefônica entre a fiscal do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Maria Auxiliadora de Vasconcelos, presa por suspeita de fraudes em maio deste ano, e uma outra fiscal. Na gravação, as duas conversam sobre um suposto esquema capitaneado pela Firjan para livrar empresas do estado do Rio da fiscalização da Previdência Social, em troca de propina para o Partido dos Trabalhadores (PT).
"A Firjan nunca se prestaria a um papel desses. Isso aqui é uma casa de respeito, que trabalha coordenando as atividades de mais de 100 sindicatos. Não existe a hipótese de isso ter sido feito", disse Bittencourt, em entrevista coletiva hoje.
Segundo outro vice-presidente da Firjan, João Lagoeiro Barbará, nunca houve qualquer contato do presidente da entidade, Eduardo Eugênio, com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-ministro da Previdência Social Amir Lando, conforme aparece na gravação. "Durante toda a gestão, Amir Lando nunca veio à Firjan e o Eduardo Eugênio nunca foi até ele. Quanto ao Delúbio, Eduardo Eugênio tomou conhecimento da existência desse ex-tesoureiro através da imprensa", disse.
De acordo com o departamento jurídico da Firjan, o Ministério Público Federal, que concentra as investigações sobre suspeitas de fraudes no INSS do Rio de Janeiro, ainda não convocou ninguém da federação para prestar esclarecimentos sobre o caso.