Fipe diz que aumento do gás não afetaria inflação

A decisão da Bolívia de nacionalizar a produção de gás natural deverá ter efeito praticamente nulo na inflação brasileira.

De acordo com o economista Paulo Picchetti, coordenador da pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado na cidade de São Paulo pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe),da USP, mesmo que o preço do produto fornecido ao País suba 15%, por causa da elevação dos impostos cobrados sobre o gás pelo governo boliviano, o resultado final no orçamento das famílias brasileiras será virtualmente nulo. Picchetti explica que isso se deve ao fato de que o peso do gás canalizado na composição do IPC-Fipe é muito baixo, de apenas 0 03%.

"O impacto de um eventual aumento de 15% no preço do gás canalizado ao consumidor residencial seria imperceptível. É até besteira medir isso em número, porque não teria significância alguma."

Nos últimos 12 meses, por exemplo, o preço do gás canalizado acumulou alta de 16,69% na capital paulista, o que não teve efeitos práticos na inflação do período. Já o gás de botijão tem influência maior. Seu peso é de 0,71% no IPC-Fipe.

O economista pondera, no entanto, que seria difícil avaliar o efeito indireto de um provável aumento do preço do gás boliviano na inflação."Teríamos que conhecer a planilha de custos dos vários produtos fabricados com o uso de gás para avaliar o impacto. Acho muita especulação se preocupar com isso, por enquanto", afirmou.

Para Picchetti, a preocupação com a crise provocada pelo governo boliviano é política. "Do ponto de vista dos índices de preços ao consumidor, não vejo preocupação nenhuma".

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