Os 70 mil metalúrgicos filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Estado de São Paulo concluíram na noite de ontem a melhor campanha salarial dos últimos 12 anos: os trabalhadores dos grupos 9 (indústrias de máquinas, trefilação e laminação de metais ferrosos, aparelhos elétricos, eletrônicos e similares etc) e 10 (artefatos de ferro, lâmpadas, rolhas metálicas, aparelhos elétricos de iluminação etc) conquistaram reposição integral da inflação do periodo mais 4% de aumento real.
As conquistas incluem ainda antecipação da data-base, de novembro para setembro; fim do excesso das horas extras e possibilidade de o sindicato fiscalizar as terceirizadas que trabalham dentro das fábricas, em áreas como alimentação, segurança e limpeza.
A campanha salarial dos metalúrgicos começou no dia 16 de julho, com a entrega das pautas de reivindicações para os sindicatos patronais. Em setembro, os trabalhadores aprovaram acordo negociado com o Sinfavea (sindicato que reúne as montadoras), o Sindipeças e o sindicato das indústrias de fundição.
Nas montadoras, as conquistas foram reposição da inflação do período (5,77%) mais 3,99% de aumento real e duas cláusulas inéditas. A primeira delas prevê que a partir de 1º de janeiro de 2005, o limite anual para cada trabalhador é de 275 horas extras ? 29 horas/mês. Toda hora extra que ultrapassar o limite terá um adicional de 75% de segunda a sábado e de 130% nos domingos, feriados e dias já compensados. E a segunda é a determinação de que as montadoras só contratarão empresas terceirizadas que cumprirem a legislação trabalhista, previdenciária e normas de segurança e saúde. Os sindicatos poderão fiscalizar. Quem não cumprir a lei terá 120 dias para se adaptar, ou o contrato será rescindido.
Os metalúrgicos das indústrias ligadas ao Sindipeças obtiveram reajuste de 9,57% (reposição integral da inflação do período de 10 meses ? diferença entre a data base do ano passado, que era novembro, e a deste ano, que foi antecipada para 1º de setembro ? mais 4% de aumento real). As duas cláusulas de limite de horas extras e fiscalização das terceirizadas também estão na convenção coletiva desses metalúrgicos.
O mesmo acordo foi assinado com a bancada patronal das empresas de fundição, em 19 de setembro. O sindicato patronal, no entanto, pediu dois meses para discutir a adoção das cláusulas de horas extras e das terceirizadas.
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