Os filhos do contínuo Cícero Augustinho da Silva, de 60 anos, sétima vítima do desabamento na futura estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô, na capital paulista, disseram ontem que ficaram indignados com as suspeitas de que o pai era traficante. Segundo o Instituto Médico-Legal, havia 13 papelotes de cocaína no bolso de Cícero. Os filhos Alex e Alexandre disseram que o pai ?foi exemplo de cidadão digno, trabalhador?. A Secretaria da Segurança informou que Cícero tinha uma única passagem pela polícia, por lesão corporal, em 1980.
Nem os parentes de Cícero nem de outras vítimas foram ontem à missa em memória das pessoas mortas no acidente, na Catedral da Sé. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, esteve na cerimônia. Ele disse que as famílias deveriam estar fazendo suas homenagens em igrejas próximas de suas casa.
O Sindicato dos Metroviários entrega hoje à Delegacia Regional do Trabalho relatório da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) do Metrô que mostra que as paredes da futura Estação Pinheiros tinham recalques na véspera do desabamento, por causa do uso de explosivos. O Metrô disse que nem sindicato nem Cipa são ?competentes para emitir opiniões técnicas sobre métodos construtivos?. O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, cancelou depoimento marcado para hoje na Assembléia.