Thomas Law, o filho mais velho daquele que é considerado o maior contrabandista do País, o chinês Law Kin Chong, entregou-se hoje (22) à Polícia Federal, em São Paulo, onde foi preso imediatamente. Apontado pelos policiais como o "gerente" dos negócios da família, Thomas, de 26 anos, chegou por volta das 9 horas à sede da PF, na Lapa, zona oeste, onde foi interrogado pouco depois.
No depoimento, que durou uma hora, Thomas se mostrou prestativo e não fez nenhuma revelação sobre o esquema de contrabando. Apesar de "não convencer" os agentes, a Polícia Federal pediu a revogação de sua prisão temporária à Justiça – o que não ocorreu até a noite de hoje. "Nos foi prometido pela mãe dele, Miriam Law, no dia em que ela foi presa, sábado, que o Thomas se entregaria. Ele o fez e ainda colaborou conosco. Mas isso não impede que, no futuro, volte a ser preso", afirmou o delegado William Marinho, da Diretoria de Inteligência da PF.
Thomas é acusado de três crimes: lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Em seu nome estão duas fazendas em Mato Grosso, três carros importados, uma mansão e um dos três shoppings da família, no Pari.
Antes de viajar para a China, Thomas, que estudava direito na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), fez estágio na Promotoria de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público Estadual. O estágio era de 20 horas semanais, remunerado com bolsa-salário de R$ 50 mensais. O filho de Law Kin Chong trabalhou apenas uma semana, faltou um mês seguido e foi descredenciado.
Continuam presas sete pessoas da organização, incluindo Law e sua mulher, Miriam. Hoje (22), pai, mãe e filho puderam conversar rapidamente na carceragem. No fim da tarde, Law seria ouvido pela polícia. A previsão era de que o depoimento entrasse noite adentro.
Law Kin Chong, que cumpria pena em regime semi-aberto desde junho de 2004 em Bauru, no interior do Estado de São Paulo chegou terça-feira à sede da PF, onde deverá permanecer pelo menos nos próximos dias. "Foi pedida uma nova prisão preventiva dele e a situação volta à estaca zero. A Justiça é quem vai decidir quanto tempo ele continuará preso", disse Marinho.