Filha diz que Pinochet não pedirá perdão

A filha mais velha do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, Lucía disse nesta terça-feira (05) que ele não pedirá perdão pelas violações aos direitos humanos atribuídas a seu regime. "Meu pai pensa que pedir perdão é uma coisa política e ele não vai fazer isso", afirmou Lucía numa entrevista à Televisão Nacional do Chile.

Pinochet, de 91 anos, foi operado no domingo, após sofrer um enfarte, mas está se recuperando. De acordo com o médico Juan Ignacio Vergara, hoje o estado de saúde do ex-ditador deixou de ser "crítico", o que significa que ele não corre mais risco de morte. Pinochet estaria se alimentando sem aparelhos e já seria capaz de se manter sentado. "O general está consciente e conversa", disse Vergara.

A rápida recuperação fez seus adversários levantarem suspeitas de que sua doença seria uma farsa para escapar da justiça. "Se uma pessoa de 91 anos com diabetes, sofresse um enfarte no miocárdio e um edema pulmonar, estaria morta", afirmou o advogado Hugo Gutiérrez.

O ex-ditador estava em prisão domiciliar, acusado da morte de dissidentes durante a operação militar Caravana da Morte, em 1978. Mas ganhou liberdade provisória pouco depois da cirurgia. Há cerca de dez dias, o ex-ditador assumiu sua responsabilidade política pelas violações aos direitos humanos durante seu regime de 1973 a 1990. No entanto, ele nunca chegou a se desculpar com os familiares dos mais de 3 mil mortos e desaparecidos nesse período.

A presidente chilena, Michelle Bachelet, se recusou hoje a falar sobre como seria um eventual funeral de Pinochet. "Não é de bom gosto falar do funeral de uma pessoa que está viva", disse. Segundo jornais locais, ela não estaria disposta a promover um "funeral de Estado" para o ex-ditador, nem comparecer a seu velório.

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