Sob intensa pressão de clubes e governos europeus após uma série de escândalos de corrupção e questões trabalhistas, a Fifa e o sindicato mundial de jogadores de futebol anunciaram hoje um acordo para resolver os problemas que atingem o esporte.
Se trata de um "memorando de entendimento" assinado pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o chefe da Associação Mundial de Sindicatos de jogadores de Futebol (FIFPro), Philippe Piat.
As partes se comprometeram a resolver as disputas sobre transferências de uma forma mais ágil, a reunir forças na luta contra o doping, a coordenar o calendário de jogos internacionais e a aumentar o empenho para combater o racismo.
O acordo foi firmado em uma cerimônia realizada no estádio Nou Camp, do Barcelona. No ato estiveram presentes o camaronês Samuel Eto´o e o francês Lilian Thuram, que atuam pelo clube espanhol.
"Hoje é um dia histórico. Esse ato tem uma importância formidável", disse Blatter. "Na pirâmide do futebol costuma-se esquecer dos jogadores, que estão na base. E sem os jogadores não teríamos clubes, ligas etc.
A Fifa tem sido bombardeada por queixas de clubes, que exigem uma maior compensação quando seus jogadores se contundem ao servirem suas seleções nacionais. A questão envolve ainda um processo que tramita na Corte Européia de Justiça após ser impetrado pelo Charleroi. O clube belga exige US$ 775 mil como compensação pelo afastamento de oito meses de seu volante marroquino Abdelmajid Oulmers, que se contundiu em novembro de 2004 quando atuava pela seleção de seu país.
O G-14, associação dos clubes mais poderosos da Europa, apoio a causa do Charleroi e também ofereceu solidariedade em um caso similar que envolve o Lyon, da França.
Além disso, a União Européia está promovendo uma reforma para ter mais controle sobre o futebol, incluindo a determinação de tetos salariais aos atletas e vigilância nas atividades dos agentes dos jogadores.