O aumento de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros não causa surpresa ao empresariado. Em sua quarta alta consecutiva, a taxa Selic passou de 17,25% para 17,75%. "Tão certo quanto dois e dois são quatro, das reuniões do Copom pode-se esperar sempre o mesmo resultado: alta da taxa de juros", salienta Paulo Skaf, presidente da Federação das Industrias São Paulo (Fiesp).
"Quando existe corrida para o dólar, sobem os juros, quando tem valorização cambial e moeda norte-americana sobrando, aumenta-se a taxa de juros também. Isto mais parece um jogo sem riscos, mas só para o sistema financeiro", ressalta Skaf.
Em nota à imprensa, a Fiesp diz que "ainda não entendeu os motivos" que levam o Comitê de Política Monetária (Copom) preferir se orientar pela expectativa média captada junto aos agentes do mercado financeiro. A entidade destaca que essa atitude não se justifica, uma vez que o superávit comercial parou de crescer em outubro, a produção industrial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se estabilizou, apresentando leves decréscimos apenas nos meses de setembro e outubro, e de vários setores estarem operando com capacidade ociosa, com exceção dos exportadores.
