Entidades sindicais e economistas consideraram a saída do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci fundamental para as investigações sobre a quebra ilegal do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa, mais conhecido como "Nildo", e avaliaram que a troca na pasta não deve afetar os rumos da economia brasileira.
"Seja qual for o quadro futuro, o Brasil está maduro para receber as modificações no governo e seguir em busca do desenvolvimento. A economia, como já vem acontecendo, não deverá ser abalada", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, elogiou o ex-ministro. "Se encontrarem uma pessoa tão eficiente e capaz como o Palocci, se acharem outro Palocci, não haverá problemas", disse.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, considerou o afastamento um fato benéfico para o País. Ele afirmou que seria péssimo exemplo manter um servidor público de alto escalão que passou a ser manchete diária nas páginas policiais, em vez das páginas econômicas.
"Um cargo da importância de condutor da economia não pode ter a imagem maculada com o envolvimento em atos ilícitos. A saída de Palocci só trará benefícios para o País", afirmou Paulinho. A Força Sindical criticou a forma como foi conduzida a Fazenda nos últimos anos. A mesma opinião tem o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Eleno Bezerra.
Em nota, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirma que é contrária a toda e qualquer quebra de sigilo bancário ilegal. Mas considera "inaceitável que uma irregularidade como essa e a conseqüente saída do ministro da Fazenda continue sendo usada como combustível de uma insidiosa, oportunista e hipócrita campanha da oposição, com a ajuda de setores da mídia, para desestabilizar o governo federal".
A direção da CUT espera que o substituto atenda às reivindicações históricas dos trabalhadores, com a redução das taxas de juros e do superávit primário, adoção de metas de geração de emprego e crescimento e a priorização dos investimentos em políticas sociais.
Para a diretora de Rating Soberano da Standard & Poor’s, Lisa Schineller, a mudança do ministro não afeta a classificação de risco (rating) do Brasil. "O rating não depende de uma pessoa só; a política fiscal não é uma visão só do ministro Palocci, é do governo."