FHC teve mais despesas com publicidade do que Lula, diz governo

Brasília – No contra-ataque puxado pelo ano eleitoral, o governo concluiu um levantamento segundo o qual gastou bem menos com o pagamento de publicidade do que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Pelos dados obtidos no Sistema Integrado de Acompanhamento Financeiro (Siafi), em 2000, a gestão de Fernando Henrique teve despesas com publicidade e propaganda de R$ 428.533.538, enquanto a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, desembolsou R$ 244.044.783.

Os valores referem-se ao pagamento, em todas as mídias (jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão, outdoors e internet) de serviços de publicidade e propaganda, publicidade institucional e de utilidade pública (as campanhas de vacinação, por exemplo), legal, mercadológica e patrocínios. Não registram a produção das peças de propaganda. De acordo com a Secretaria de Comunicação, a produção corresponde a cerca de 30% do que é pago aos meios de comunicação para a divulgação dos feitos do governo.

A conta não registra também a publicidade feita pelas estatais, que, pelo menos em tese, não prestam contas à secretaria. É por esse lado que o secretário-geral do PSDB, deputado Eduardo Paes (RJ), faz a defesa da administração do ex-presidente. "Registrar os números da administração direta não quer dizer nada porque eles são transparentes e estão submetidos ao controle do Siafi. Quero ver é o que aconteceu nas estatais. É de lá que saíram os recursos para o abastecimento do esquema de corrupção montado pela dupla Delúbio Soares (ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT)/Marcos Valério Fernandes de Souza (empresário)", atacou.

Ainda de acordo com o levantamento feito pelo Poder Executivo, em 2001, a gestão de FHC pagou R$ 459.510.603,00 para a divulgação da propaganda da administração direta e, em 2002, último ano do governo passado, R$ 387.947.164. O de Lula, que, em 2003, pagou R$ 244.044.783, teve gasto total de R$ 319.558.352 em 2004. A conta de 2005 ainda não foi fechada, mas um levantamento preliminar, feito até dezembro, registra pagamentos de R$ 236.146.626. A previsão orçamentária para 2006 é de R$ 159 milhões para os gastos controlados pela secretaria.

As despesas com publicidade registradas pelo Siafi e agora divulgadas pelo Executivo referem-se aos gastos da Presidência, Vice-Presidência e todos os ministérios. Logo no início da administração, o então chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República, Luiz Gushiken (atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos), que centralizava a propaganda, negociou com os veículos, separadamente, um abatimento no valor da divulgação das peças de publicidade.

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