O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) mandou recado ao presidente reeleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT): "Vou continuar dando trabalho ao presidente Lula com minhas críticas" disse, ao participar de almoço com lideranças empresariais na Capital. No entanto, FHC voltou a descartar a hipótese de a oposição contestar o resultado das urnas nessas eleições. "Votou está votado, não vamos colocar em dúvida a eleição, pois temos enraizado o sentimento democrático de respeitar a vontade do povo." E continuou: "Não tenho visão pessimista, não há razão para fazer obstáculo ao crescimento do País. Mas vamos nos opor ao que está errado, temos de ter uma oposição vigorosa.

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FHC também fez um mea-culpa, destacando que o seu partido não soube convencer o eleitorado neste pleito. Para FHC, os tucanos precisam ser firmes e não ter medo de defender suas idéias, citando como exemplo as privatizações. "Não podemos enfiar a cabeça na areia. Faltou dizer (ao eleitor) que temos melhores condições (de governar).

Em avaliações internas, os tucanos acreditam que faltou aos correligionários e ao candidato derrotado à presidência da República, Geraldo Alckmin, a defesa enfática das privatizações realizadas na gestão FHC. Na palestra de hoje aos empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o ex-presidente tucano voltou a tocar neste tema, com a seguinte alusão: "Tem de botar ovo e cacarejar." E criticou a estratégia que a oposição usou nesta campanha: "Não precisava usar o fantasma da Petrobras porque eu nunca defendi essa privatização (da estatal). E quando quem cria esses fantasmas é o próprio governo, dá medo.

Questionado sobre a sucessão interna em sua legenda, FHC desconversou e disse que o presidente do partido continua sendo o senador Tasso Jereissati (CE). O tucano criticou também a antecipação das discussões sobre a sucessão de 2010 e frisou: "Temos (o PSDB) candidatos demais e isso é bom, só que um não pode aniquilar o outro." Na sua avaliação, Alckmin sai deste pleito mais fortalecido. "Alckmin se credenciou como líder e ficou mais forte, pois enfrentou com muita dignidade o presidente Lula." Sobre eventuais divisões em sua legenda, foi categórico: "Não somos suicidas, por isso o PSDB não vai se dividir.

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