O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) deve registrar uma inflação de no máximo 4% em 2007, na avaliação do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. "Esse patamar, para mim, é um teto. Não tem como você ir além disso", afirmou.
Na avaliação do economista, o IGP-DI, assim como os outros Índices Gerais de Preços (IGPs) calculados pela instituição, devem atingir resultados anuais este ano muito próximos às taxas registradas nos fechamentos dos indicadores em 2006. No caso do IGP-DI, o índice fechou o ano passado com alta de 3,79%.
Para 2007, Quadros trabalha com um cenário de inflação com indicadores do atacado (IPAs) iguais ou até mesmo mais baixos do que os apurados em 2006; e indicadores de varejo (IPCs) mais altos do que os apresentados nos fechamentos anuais do ano passado. O atacado tem maior peso na formação do cálculo da taxa dos IGPs do que o varejo.
No atacado, um dos principais motivos apontados pelo economista para prever um comportamento favorável nos preços este ano é a perspectiva de ausência de choques de preços no setor atacadista. Ele explicou que o câmbio, um dos principais motivos para choques de preços no atacado, parece apresentar sinais de relativa estabilidade em 2007. Isso inibe choques de altas de preços na agricultura, principalmente nas commodities.
"Além disso, o cenário de produção no setor agrícola parece muito bom", afirmou, considerando que, com boa produção, a oferta dos produtos aumenta e os preços diminuem.
No cenário internacional, o economista considerou que há boas influências para um comportamento favorável de preços no Brasil, sem perspectivas imediatas de choques de preços no setor de petróleo e boas condições de crescimento na economia mundial.
Mas no caso do varejo, a perspectiva é de alta de preços mais intensa em 2007 ante o que foi registrado em 2006. "As tarifas serão preponderantes nesse cenário", disse. Ele explicou que, devido às baixas taxas dos IGPs em 2005, os preços das tarifas e preços administrados em 2006 foram muito pequenos – visto que usam os IGPs como indexadores de reajuste. "Isso não vai se repetir em 2007. As tarifas vão subir mais (do que subiram em 2006)", disse.