Após três meses em queda, o preço do álcool voltou a subir no atacado no âmbito do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10). De acordo com o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, o preço do álcool etílico hidratado passou de alta de 2,27% para queda de 0,70%, de novembro para dezembro. O técnico explicou que isso se deve aos primeiros sinais de término da safra de cana-de-açúcar, o que diminui a oferta do produto no mercado interno e, por conseqüência, dos seus derivados.
Ele lembrou que a produção da cana-de-açúcar cresceu bastante este ano, com aumentos nas áreas de lavoura do produto – o que derrubou os preços dos derivados do produto, como o álcool.
O fim da deflação no preço do álcool também ajudou a acabar com a queda nos preços dos combustíveis e lubrificantes do atacado, de novembro para dezembro (de -1,09% para 0,40%). O economista informou ainda que esse cenário também foi influenciado pelo término da queda nos preços de óleos combustíveis no atacado (de -5,90% para 5,14%) no período.
Bovinos
A forte queda nos preços dos bovinos no atacado (-8,55%) conduziu a desaceleração no IGP-10 de novembro para dezembro (de 1,02% para 0,47%), informou Quadros.
De acordo com ele, os preços dos bovinos estavam subindo 2,48% no IGP-10 de novembro. Essa mudança no comportamento dos preços decorre do atual período de "safra" (corte) no setor, que eleva a oferta do produto e derruba os preços no mercado interno.
O economista explicou que os bovinos foram responsáveis por quase metade da desaceleração na taxa do IPA-10, que passou de 1 45% para 0,56% de novembro para dezembro. Como o IPA-10 representa 60% do total do IGP-10, o setor atacadista foi o grande responsável pela desaceleração na taxa do indicador no período.