FGV: já há repasse de preços agrícolas para varejo

Os repasses das altas de preços agrícolas do atacado para o varejo voltou a ser detectado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o coordenador de Análises Econômicas da FGV Salomão Quadros, houve acelerações de preços, na passagem da segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de outubro para igual prévia em novembro, em arroz branco, farinha de trigo e óleo de soja refinado. Todos esses produtos estão sofrendo com a influência de elevações de preços em arroz, trigo e soja no atacado, lembrou o economista

Segundo Quadros, o cenário também levou à aceleração, no mesmo período, nos preços dos alimentos processados (de 0,24% para 2 10%) no atacado. Ele considerou, no entanto, que as elevações nos preços das commodities agrícolas podem não sustentar essa elevação por muito tempo

"Por exemplo, no caso do trigo, a alta de preços já está desacelerando, de 11,68% para 8,68% (da segunda prévia de outubro para igual prévia em novembro)", disse. "Essa alta nos preços das commodities, o efeito pode até ser agudo, mas não é impossível que comece a desacelerar", disse o economista

A FGV explicou que as acelerações de preços tanto nos produtos agrícolas (de 2,24% para 3,78%) quanto nos industriais (de -0 27% para 0,17%) no atacado levaram à elevação mais intensa na segunda prévia do IGP-M, que subiu 0,75% em novembro, ante aumento de 0,24% em igual prévia em outubro.

De acordo com Salomão Quadros, o cenário levou à forte elevação no Índice de Preços no Atacado (IPA), no mesmo período (de 0,32% para 1,04%) – que é o setor de maior peso na formação do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10).

"Metade dessa aceleração do IPA é originada de matérias-primas brutas agropecuárias", disse o economista. No caso do setor agrícola, os preços das commodities continuam pressionando para cima o resultado do indicador. Assim como o ocorrido em IGPs divulgados anteriormente, os destaques de altas de preço no atacado ficaram por conta de soja (8,76%); milho (12,17%) e arroz em casca (15,69%).

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