FGV informa que itens agrícolas contribuem para deflação do IGP-M

A queda nos preços das matérias brutas no atacado, de 2,20%, foi o principal fator que levou à deflação na primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de abril, que ficou em -0,16%. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Quadros. Segundo ele, os produtos agrícolas no atacado, que também estão em queda (-1 73%) foram os principais destaques na inflação do atacado, medida pela primeira prévia de abril, com atenção especial para a deflação da soja (-2,24%). O comportamento de preços no setor puxou para baixo os preços das matérias primas, no setor atacadista.

"Mas não há nada anormal nessa deflação da primeira prévia, pelo contrário; agora que as coisas estão voltando ao normal", avaliou o economista. Ele explicou que, nessa época do ano, as colheitas dos mais importantes produtos agrícolas se iniciam. Esse cenário leva a um aumento da oferta dos itens no mercado interno – o que derruba os preços, por conseqüência.

De acordo com o economista, na primeira prévia de março deste ano, a colheita da soja já tinha iniciado, mas isso não influenciou o preço do produto, que continuou subindo, com alta de 2,09%. "Os (preços dos) produtos agrícolas estavam reagindo mais devagar. Agora o preço dos agrícolas, e o da soja, estão caindo, e isso faz sentido com o que está acontecendo com o setor agrícola nessa época do ano", afirmou.

Quadros lembrou que a soja é o produto de segundo maior peso na formação da inflação do atacado, medida pelo IPA-M e, por isso, tem grande relevância na elaboração da taxa da primeira prévia do IGP-M. "Com esse peso, e em queda, ela (a soja) produz um grande impacto de baixa", disse.

A influência dos preços baixos no setor agrícola, beneficiados pela época de início colheitas, não foi sentida somente no atacado. O economista comentou que o IPC-M, que mede a inflação do varejo, também desacelerou (de 0,18% para 0,15%). Isso porque a elevação nos preços do grupo Alimentação também perdeu força (de 0,65% para 0,12%).

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