Quedas nos preços dos alimentos in natura (-2,38%) e do álcool etílico hidratado (-0,14%) no atacado levaram à deflação de 0 19% registrada na primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Segundo ele, esse cenário foi determinante para queda de 0,37% no IPA, que mede a evolução de preços no setor atacadista e tem maior peso na formação do indicador. "Apesar da contribuição do IPC (Índice de Preços ao Consumidor, que caiu 0,02%) o IPA foi o que mais influenciou a taxa menor da primeira prévia", afirmou.
Ele comentou que os preços dos alimentos in natura subiram muito no primeiro trimestre deste ano, devido à oferta reduzida no mercado interno – provocada por problemas climáticos. "Não tinha como continuar a subir daquele jeito (os preços)", disse, considerando que agora ocorre uma reorganização da oferta no mercado, e por isso os preços começam a apresentar queda.
Esse comportamento levou a uma intensa deflação nos preços dos produtos agrícolas como um todo no atacado (-2,32%). Outro fator destacado pelo economista para esse cenário no setor agrícola foi a movimentação de preços dos bovinos, que estão em baixa (-1,05%).
No caso do álcool, o economista lembrou que o período da entressafra de cana-de-açúcar já parece terminado. Normalmente, a entressafra – que reduz a oferta do produto e, por conseqüência, eleva os preços do produto e de seus derivados, como o álcool -, começa no final do ano e termina em abril, no máximo até meados de maio. "A safra de cana já está na época de começar", disse, explicando que a oferta está maior, por isso os preços dos derivados do produto começam a cair.