FGV aponta que alta das tarifas de ônibus e telefone pressionam preços em julho

As tarifas de serviços públicos voltaram a pressionaram os preços no cálculo do Índice Geral de Preços- Mercado (IGP-M), em julho, calculado pela Fundação Getúlio Vargas. No IGP-M de julho, as maiores contribuições para a alta foram as Tarifas de Telefonia Residencial, reajustada em 3 de julho (0,06% para 2,84%) e de Ônibus Interurbano (-0,01% para 2,47%), que entrou em vigor em 2 de julho.

Mesmo com a pressão das tarifas, o nível de preços caiu, registrando uma deflação de 0,34%. Para o coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Salomão Quadros, analisando o IGP-M em 12 meses ainda há possibilidade de permanência de taxas baixas, embora não deva repetir o processo de deflação que vem se registrando nos últimos três meses.

"Nós vamos estar com taxas um pouco mais baixas nos próximos meses, talvez não com deflação, mas ainda muito mais baixas do que as taxas que estavam em vigor nessa mesma época do ano passado", explicou Salomão Quadros. Informou ainda que está acontecendo um movimento simétrico das taxas do IGP. É por isso que ele acredita que nos próximos meses taxas de IGPs no acumulado de doze meses possam ficar no patamar de 5% ou até menores.

Para o economista, a conseqüência importante é que como os reajustes de Tarifas de Serviços Públicos, como Telefonia e Energia Elétrica são calculados com base nos IGPs, isso terá repercussão direta na inflação no segundo semestre e possivelmente ainda no começo do ano que vem.

"A Habitação que foi um dos destaques de alta dentro do IPC, neste mês, provavelmente, seria uma taxa menor se acontecer daqui a três meses", disse. Salomão Quadros afirmou que este comportamento permite também que o país possa cumprir mais facilmente as metas de inflação definidas pela equipe econômica.

"Os preços administrados são corrigidos de acordo com os IGPs. Na medida em que se tenha IGPs cada vez menores, vai ter uma contribuição a mais para que a diminuição da inflação ocorra mais rapidamente este ano", esclareceu.

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