O mercado de capitais poderá ganhar uma injeção de até R$ 2,6 bilhões por ano com o projeto que permite aos trabalhadores investir parte dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em ações. A estimativa considera a possibilidade máxima de aplicação de um ponto porcentual do FGTS (dos 8% depositados mensalmente pelo empregador) no mercado acionário, prevista no projeto apresentado ontem pelo senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (PFL-BA).

O presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Raymundo Magliano Filho, disse hoje que o projeto representa “uma revolução na cultura brasileira”. Para Magliano, a iniciativa conseguirá gerar um fluxo importante de recursos para o mercado de capitais.

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Luiz Leonardo Cantidiano, que defendia um índice próximo a 20% do fluxo do FGTS, observou que um ponto porcentual dos depósitos mensais representa quase R$ 230 milhões por mês, um volume de recursos bem acima de sua expectativa, que era de R$ 100 milhões/mês.

“O espaço de um ponto porcentual dos depósitos do FGTS não compromete suas funções básicas, é importante e tem efeito educativo”, explicou o superintendente geral da Bovespa, Gilberto Mifano. O projeto prevê que os recursos do FGTS poderão ser utilizados para a compra de ações de empresas listadas no Nível 2 de Governança Corporativa da Bovespa ou em emissões primárias.

O presidente da Bovespa lembrou que a idéia está inserida entre as ações definidas no Plano Diretor do Mercado de Capitais, elaborado em abril para estimular o setor, que está sendo divulgado em todo o Brasil durante um road show da Bovespa em parceria com instituições financeiras. O plano, que já teve uma apresentação em Salvador (BA) no dia 14 de outubro, hoje foi divulgado em Porto Alegre (RS).

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