A abertura do 24.º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano ocorreu ontem em clima de festa em Havana. Cerca de 5 mil pessoas estiveram no Teatro Karl Marx, onde o diretor do Instituto Cubano de Cinema, Alfredo Guevara, declarou aberto o festival. Ao lado dele, o escritor colombiano Gabriel García Márquez e o ator americano Harry Belafonte prestigiaram a cerimônia de abertura.
A projeção de O Crime do Padre Amaro, que o mexicano Carlos Carreras adaptou do romance de Eça de Queirós, foi o ponto alto da noite. Há meses atrás, quando estreou no México, o filme provocou fortes polêmicas com a Igreja Católica, por contar a história de amor entre uma jovem e um padre sem economizar nas cenas de sexo. “É um filme que fala de seres humanos, não é para tanto”, disse o diretor sobre os conflitos gerados pelo filme com a Igreja.
Ao longo de dez dias do festival, cerca de 400 filmes serão projetados em cinemas e salas de vídeo de Cuba, em Havana e em cidades do interior. Todas as atenções estarão voltadas, naturalmente, para os 41 longas de ficção que concorrem aos prêmios Coral. O Brasil é o país que mais enviou filmes para a disputa no festival, 11 ao todo. Os cinemas da Argentina e México também estão bem representados. Logo atrás, vêm Colômbia, Chile e Cuba.
Há também ciclos de homenagem. A maior delas é para Cesare Zavatinni, um dos inventores do neo-realismo italiano no pós-segunda guerra. Filmes noruegueses, espanhóis e canadenses vão ser exibidos fora da disputa. E uma mostra paralela chamada “Latinos en USA” vai mostrar filmes de hispânicos residentes nos Estados Unidos.