Sócrates, Vladimir, Waldemar Pires e Mário Travaglini, alguns dos principais personagens da Democracia Corintiana, estiveram presentes na noite de segunda-feira em um evento em comemoração aos 25 anos do movimento que marcou a história do Corinthians entre 1981 e 1985.

continua após a publicidade

O termo foi inventado pelo publicitário Washington Olivetto e traduzia um estilo completamente diferente implantado pelos jogadores do Corinthians e da diretoria. Nele, os atletas participavam de todas decisões do clube por meio do voto, de contratações até concentrações.

"Democracia é o poder do povo. E ali era o poder do povo corintiano. A gente tinha uma forma de trabalho democrático em um país que vivia uma ditadura", disse o meia Sócrates em entrevista à TV Band.

Tudo começou com a péssima campanha de 1981. Em abril daquele ano, o clube elegeu Waldemar Pires como presidente. Ele indicou para a diretoria de futebol o sociólogo Adílson Monteiro Alves, um cartola inexperiente, mas que ouvia os jogadores. E quando os politizados Sócrates e Vladimir (lateral-esquerdo) deram suas opiniões, começou a revolução.

continua após a publicidade

"Na noite de sábado, antes do jogo de domingo, você tomava uma cervejinha e transava com a esposa. Depois almoçava com a família e todo mundo ia junto para o jogo. Você entrava em campo com tesão", disse Sócrates.

Aliás, em campo, o movimento rendeu gols e títulos. O técnico Mário Travaglini levou o time às semifinais do Brasileiro e ganhou o Campeonato Paulista de 1982. Mas o movimento tinha seus opositores entre os jogadores. O maior inimigo da Democracia Corintiana foi o atual técnico do clube, Emerson Leão. "Ele não gostava, mas sempre perdia nas votações", disse Vladimir.

continua após a publicidade

Porém, em 1984, a Democracia começou a ruir. Sócrates foi para a Fiorentina e Casagrande para o São Paulo. Em 1985, Pires tentou eleger Alves como sucessor, mas foi derrotado.