Ferroviários e parlamentares apóiam o governo na defesa da Ferroeste

O governador Roberto Requião recebeu, nesta segunda-feira, no Palácio Iguaçu, manifestação de apoio de representantes de sindicatos e de federações nacionais de trabalhadores ferroviários e membros da Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Ferroviário pela intervenção na administração da Ferropar, empresa responsável pela gestão da Ferroeste ? ferrovia que liga Cascavel a Guarapuava.

Também participaram do evento o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti; a diretoria da Ferroeste; o prefeito de Cascavel, Lísias Tomé; o presidente do Conselho de Usuários, Alcides Cavalca, e a deputada federal Dra. Clair.

Requião criticou a privatização da Ferroeste e ressaltou que a ferrovia foi construída com o propósito de atender a demanda do Oeste do Paraná, que precisa escoar produtos em direção ao Porto de Paranaguá, e não para garantir lucros a uma pequena parcela de empresários.

?A ferrovia, que era um sonho antigo do Paraná, foi doada à iniciativa privada, que não investiu nada no trecho e ainda restringiu a participação dos pequenos e médios clientes?, afirmou.

?Uma ferrovia é um investimento econômico e não financeiro. É um investimento de médio e longo prazos, estratégico para o desenvolvimento de uma nação?, acrescentou.

A deputada federal Dra. Clair, líder da Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Ferroviário, reforçou as críticas do governador Requião ao gerenciamento da Ferroeste pela iniciativa privada.

?As concessionárias que não cumprem os contratos tem que passar por uma fiscalização rigorosa e se necessário deve ser decretada a intervenção nas empresas. O governador está cumprindo seu papel?,destacou.

O representante da federação nacional dos aposentados ferroviários, Irapoan Ferreira de Souza afirmou que a decisão do Governo do Paraná em intervir na administração da Ferropar deve se tornar referência no país.

?São decisões como a tomada pelo governador Requião que o país necessita. A privatização do sistema ferroviário no país foi um erro pois criou um monopólio privado e eliminou os pequenos clientes das ferrovias brasileiras?, destacou o ferroviário que também é presidente da associação dos empregados da estrada de ferro Leopoldina.

O presidente do Sindicato dos Maquinistas Ferroviários do Paraná e Santa Catarina (Sindimafer), José Carlos Rodrigues, reforça a idéia de que a intervenção da Ferropar deve balizar a revisão de contratos de concessão no país. ?Requião tomou uma atitude certa de fazer esta intervenção. A Ferropar estava paralisada e isto foi feito para que a ferrovia seja utilizada com o objetivo para qual foi construída. Nós achamos que isso serve de exemplo para o governo federal?.

Debate Nacional

O presidente da Federação Nacional das Associações dos Ferroviários Aposentados e Pensionistas, Etevaldo Pereira dos Santos, explica que hoje, o sistema ferroviário está um caos, pois o que foi implantado é um verdadeiro fracasso. ?Está quase tudo destruído. E ainda estão entregando à venda, este patrimônio da União, por um preço que não condiz com o atual?, detalhou.

O diretor administrativo financeiro e jurídico da Ferroeste, Samuel Gomes, afirmou o encontro serviu para avançar na discussão da revisão do modelo ferroviário no Paraná e no Brasil. ?Aqui o Governo do Estado, a partir da intervenção da Ferropar está cumprindo a sua parte, o Paraná não pode se omitir frente à situação do não cumprimento dos contratos tão importantes à economia do Paraná?, afirmou.

Para ampliar o debate em torno do sistema ferroviário nacional, o governador Requião colocou à disposição dos representantes dos ferroviários e da deputada federal Dra. Clair a utilização dos estúdios da TV Paraná Educativa tanto em Curitiba como em Brasília, onde a televisão estatal um convênio com a TV Comunitária de Brasília.

?O governador Requião á aliado na luta por um novo sistema e vai ajudar na proposta de revitalização do setor ferroviário no Brasil. O modelo atual é equivocado e gerou, nos últimos oito anos, a extinção de cerca de 10 mil km de ferrovias. Nós temos que discutir com a sociedade um novo modelo de transporte ferroviário?, disse a parlamentar.

Justiça

Em relação à intervenção na Ferropar, Samuel Gomes, recordou que duas tentativas da empresa privada de derrubar a intervenção na Justiça foram rechaçadas. Gomes reforçou que, apesar das discussões jurídicas, o governo do Estado realiza debates e discussões no sentido de buscar alternativas na hipótese, de como ocorreu até agora, de a Ferroeste ser vitoriosa na discussão judicial da Ferropar.

?O que seria irresponsável é o governo, que tem mais quatro meses e meio de intervenção, apenas depois de retomar a Ferrovia, começar a discutir alternativas de utilização. É nosso dever nos precaver, agir com precaução e cuidado?, finalizou.

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