O modelo operacional na movimentação de frigorificados de Itajaí irá subsidiar a formulação do terminal de contêineres que a Ferroeste instalará no Terminal de Transbordo José Carlos Senden Júnior, em Cascavel, no Oeste do Paraná. A informação é do presidente Samuel Gomes que esteve, esta semana, naquela cidade do litoral norte de Santa Catarina. A operadora ferroviária estuda, pelo menos, duas propostas de parceria com empresas da iniciativa privada. As obras estão previstas para iniciar no primeiro semestre de 2007.

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?A análise do processo de armazenagem e movimentação dos contêineres foi muito proveitosa. Precisamos aumentar a participação de cargas perenes na ferrovia. Um terminal de contêineres vai contribuir para garantir a operação e rentabilidade da ferrovia o ano todo?, revelou Samuel.

A execução e operação do novo terminal são pleiteadas por três grupos empresariais: a América Latina Logística (ALL), associada à Standard Logística e à Logibrás. O complexo vai permitir receber e movimentar congelados das cooperativas e grandes redes instaladas na região Oeste. O investimento aproximado é R$ 2,5 milhões, para a capacidade de 25 mil toneladas ao mês.

Panorama

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O município de Itajaí tem cerca de 170 mil habitantes e base econômica voltada à operação portuária de congelados. O presidente da Ferroeste, acompanhado do representante do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), o economista Nelson Soffiatti, visitou os terminais contêineres da Coopercarga Logística e da Standard.

A Coopercarga é genuinamente nacional e iniciou as atividades em fevereiro de 1990, pelo cooperativismo de 143 motoristas de caminhão da região de Concórdia (SC). Atualmente, possui 32 unidades no Brasil e países do Mercosul. ?A cooperativa tem cerca de 1,4 mil caminhões próprios. Só por esse terminal passam em média três mil contêineres ao mês?, informaram o cooperado-fundador Iolar Lorenzett e o supervisor operacional Mayckon Antonio Cabral.

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A unidade, com cerca de 60 mil metros quadrados de área, tem capacidade para receber 150 contêineres frigorificados simultaneamente. Metade da movimentação é de congelados, os outros 50% são de produtos secos pelo sistema full container (apenas contêineres). Pelos menos 90 funcionários mantém a operação no local.

Congelados

O terminal da Standard opera basicamente com congelados. ?Isso corresponde a 98% da nossa movimentação?, assegura o gerente geral Cláudio Czekster. A unidade pode receber simultaneamente 230 contêineres (o pátio possui 80 tomadas para compartimentos frigorificados e vaga para 150 vazios). O volume será ampliado até o final de janeiro para 150 tomadas e pátio para 300 compartimentos ociosos ou com carga seca.

A empresa, uma das interessadas no terminal da Ferroeste, possui terminais frigorificados para movimentação rodoviária e ferroviária nos três estados do Sul do país. A unidade de Itajaí, que dispõe de sete câmaras e dois túneis frios, recebe congelados de diversas empresas, com sede na região Oeste do Paraná, área de abrangência da Ferroeste.

Além do terminal de contêineres frigorificados, a Ferroeste projeta a instalação de um silo em Cascavel, com capacidade de 120 mil toneladas. A estrutura, com investimento estimado de R$ 20 milhões, vai facilitar a inclusão de pequenos e médios produtores.

Na visita, Samuel e Soffiatti conheceram ainda a movimentação do Porto Municipal de Itajaí. ?Pelo local são escoadas cargas, pelo sistema full container, para cerca de 200 países?, revelou o superintendente Wilson Francisco Rebelo. Deste total, aproximadamente um terço são congelados. ?Considero a Ferroeste parte da logística do Porto de Paranaguá. Conhecer o funcionamento de outros portos, com características diferentes do nosso, é fundamental para a construção de um modelo de gestão eficiente para a nossa empresa?, concluiu Samuel.