A diretoria da Ferroeste manifestou?se contrária à assinatura do Termo de Ajuste e Conduta (TAC) com a Ferropar proposta pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) como forma de equacionar os problemas que impedem a utilização de todo potencial da ferrovia. ?Na prática, o TAC anistia a Ferropar, que nunca cumpriu o contrato de subconcessão firmado com o Estado em 1997 e que deve a Ferroeste mais de R$ 27 milhões em prestações atrasadas que deveria pagar pelo arrendamento da ferrovia?, esclarece o diretor administrativo da Ferroeste, Samuel Gomes.
Se for considerado o diferimento de 22 anos concedido pelo governo passado para 73% das parcelas vencidas entre 2000 e 2004, a dívida chega a R$ 45 milhões. Samuel Gomes salienta que a diretoria da Ferropar já retirou a pequena frota que estava operando em 2004 e que a ANTT está ciente dos problemas gerados pela subconcessão.
?Trata-se de uma proposta indecente, a Ferropar mantém a ferrovia sob verdadeiro seqüestro. A empresa entregou indevidamente a operação para sua sócia, a América Latina Logística (ALL), que praticamente só transporta para as grandes multinacionais do agronegócio. Os pequenos e médios produtores e cerealistas estão sem qualquer acesso à ferrovia?, completa.
O diretor critica ainda a intermediação da ANTT ?que propõe que a Ferroeste abandone a luta em favor dos agricultores para premiar a delinqüência?. ?Ao invés de cerrar fileira com o Paraná em defesa do interesse público, a ANTT alia-se aos predadores que o desprezam. O país precisa refletir sobre o papel das agências reguladoras criadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, quem as propõe e que interesses servem?, analisa.
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