A direção da Ferroeste ? Estrada de Ferro Paraná Oeste está realizando uma série de encontros com representantes de empresas e cooperativas e lideranças da região Oeste do Paraná. A intenção é definir um modelo de gestão pública para tornar a ferrovia mais ágil e fazer com que ela diversifique as cargas transportadas, contemplando a inclusão de pequenos e médios produtores. ?Temos que dar essa atenção especial porque hoje os pequenos agricultores estão excluídos do transporte ferroviário no Estado?, observa o presidente Samuel Gomes.
A rodada de reuniões teve início quarta-feira (31) com representantes da Coopertrac ? Cooperativa de Transportadores Rodoviários Autônomos de Cascavel. Em seguida, a direção da Ferroeste visitou a unidade da Sadia em Toledo. ?Vamos ouvir o máximo possível de sugestões dos usuários e dos possíveis usuários da Ferroeste. Nos próximos dias teremos um panorama atualizado com perspectativas e expectativas da região para o futuro da Ferroeste?, detalha Samuel. Os encontros contam com a participação do representante do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), Nelson Soffiatti.
A Coopertrac, entidade que representa 80 caminhoneiros da região, quer estreitar as relações com a Ferroeste para ampliar o volume de fretes contratados junto às empresas da região. Em média são transportadas 20 mil toneladas ao mês de produtos e implementos agrícolas, revela o presidente Colmar Romer Kohler. A cooperativa, fundada oficialmente em dezembro de 2005, mobiliza cerca de 200 caminhões de propriedade dos cooperados e trabalhadores em prestação de serviço.
?Atuamos num raio de 200 quilômetros em torno de Cascavel. Cerca de 90% deste volume é transportado de empresas e produtores da região para a ferrovia?, disse Kohler. Os caminhoneiros relataram ao presidente as dificuldades para o transbordo dos produtos no terminal da Ferroeste. Segundo eles, isso ocorre devido a falta de infra-estrutura para abrigar caminhões e trabalhadores no local.
Centro de Convivência
Diante do quadro, Samuel determinou o início de estudos para viabilizar um espaço para estacionamento dos veículos e um Centro de Convivência dotado com infra-estrutura para os caminhoneiros. ?A intenção é construir, dentro deste local, banheiros, área para refeições e um centro de computadores para inclusão digital dos trabalhadores. Os motoristas devem ser tratados com aliados da ferrovia e respeitados em sua dignidade?, relatou Samuel.
A idéia apresentada pelo presidente da Ferroeste agradou os caminhoneiros da Coopertrac. Na opinião dele, o retorno da ferrovia para o poder público criou uma nova perspecitva. ?Tenho certeza que nossa parceria agora vai andar. Antes havia muito pouco interesse da Ferropar (antiga subconcessionária), que jamais escutou as nossas reivindicações?, encerrou.