O Festival de Arte da Rede Estudantil (Fera), encerra sua primeira etapa de 2006 acumulando resultados positivos. Além dos 4.000 participantes, aproximadamente 9.000 pessoas, entre alunos da região e comunidade em geral, passaram pelo Parque de Exposições Jayme Canet Junior, em Francisco Beltrão, durante a realização do Festival.
Os participantes tiveram a oportunidade de desenvolver habilidades nas diversas áreas da arte. Em todas as oficinas buscou-se incentivar a criatividade e a sensibilidade dos alunos.
Outra função estabelecida pelo Festival foi o despertar de talentos, como por exemplo, o aluno Cezar de Costa (13), do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, de Flor da Serra do Sul, que emocionou os alunos participantes e a comissão organizadora pela destreza com que empunha o lápis e a extrema qualidade de seus desenhos.
Segundo a coordenadora do Fera, Alexandra Gil, o Festival está se enraizando cada vez mais na escola pública paranaense. "O projeto passou por um processo intenso de amadurecimento, juntamente com os alunos que participam", destaca. Para ela, o projeto, na atual fase, demonstra que está atingindo a maturidade almejada e muito pode se esperar das demais etapas que estão por vir.
Resultados inesperados – Dentro do universo planejado, o Festival também alcança resultados inesperados, como por exemplo, a motivação de pais de alunos em auxiliar no processo de desenvolvimento do projeto e, além disso, apresentar crescimento pessoal.
Ademir Bernardi (49), pai do estudante Daniel Bernardi (15), do Colégio Estadual Padre Sigesmundo, de Quedas do Iguaçu, além de acompanhar o filho no Fera e auxiliar no zelo de um grupo de alunos da mesma escola, viu a possibilidade de uma mudança em sua vida. "Sou caminhoneiro há 30 anos. Só estudei até o ensino médio, mas quando eu voltar para a minha cidade vou retomar os meus estudos. Pretendo ser educador e auxiliar na construção de um futuro melhor", ressalta. "O que eu espero é fazer alguma coisa, que no dia de amanhã, eu possa dar exemplo para as outras pessoas e mostrar a importância de estudar", enfatiza.
Ademir conta que veio junto com o filho, para o Festival, para poder passar um tempo maior com o estudante e ainda por ter receio em deixar seu filho uma semana, em uma cidade diferente, longe dos cuidados dos pais. Porém, o pai ficou impressionado com a organização. "Agora tenho plena certeza que, se não puder acompanhar meu filho num próximo Festival, ele estará seguro e bem tratado. Ficarei tranqüilo, pois percebi que mesmo com uma estrutura imensa como essa daqui, os profissionais são muito bem capacitados e irão cuidar do meu filho da mesma forma como cuidei dos filhos dos outros", reforça.
Já Daniel Bernardi, filho de Ademir, ressalta a troca de experiências entre os participantes. "As pessoas que estão participando do Fera são muito receptivas, nunca fui tão bem tratado fora da minha casa e nunca senti tanto prazer em conhecer novas pessoas", frisa.
No último dia do Fera houve um grande cortejo, no Parque de Exposição, que reuniu os 4.000 participantes, no qual os alunos apresentaram os trabalhos confeccionados nas oficinas como bonecos gigantes e as habilidades desenvolvidas com a música por meio de instrumentos de percussão.
