Como desgraça pouca é bobagem, as previsões iniciais do Instituto de Pesquisa em Economia Aplicada (Ipea), órgão subordinado ao Ministério do Planejamento e Execução Orçamentária, indicam o diminuto crescimento de 0,9% do PIB no primeiro trimestre deste ano.
No mesmo período do ano passado o crescimento foi de 1,2% e o resultado final dessa profunda debilidade da economia foi a reles expansão de 2,7%, ficando o Brasil apenas melhor credenciado que o Haiti, sabidamente um dos mais atrasados países do mundo.
Portanto, a prévia do Ipea já nos coloca na perspectiva da repetição do fraquíssimo desempenho econômico em 2006, cada dia mais distanciados da meta de 5% de crescimento do Produto Interno Bruto, com a qual sonham os dirigentes do País.
O quadro da desesperança é alimentado pelos baixos teores da estimativa de desempenho do comércio exterior no presente exercício. As primeiras contas da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) indicam que o saldo comercial para 2007 será cerca de 20% mais baixo que o atual, chegando a US$ 36,1 bilhões em comparação aos possíveis US$ 45 bilhões do ano passado.
A trava, embora se fale com tanta ênfase em destravar a economia, continuará sendo a política de câmbio, porque o governo não admite arredar um milímetro no seu paradigma de combate sem tréguas à inflação. O fantasma é a esperada alta dos preços dos alimentos básicos, numa faixa entre 4% e 4,5%, quando a margem esteve limitada a 0,8% até novembro último, enjaulando a fera inflacionária. O governo não quer ser apanhado no contrapé.