A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) divulgaram nota em protesto contra a censura da edição do jornal ?Correio Braziliense? de hoje. O fechamento do jornal foi acompanhado pelo oficial de Justiça Ricardo Yoshida e pelo advogado Adolfo Marques da Costa, que representa a coligação Frente Brasília Solidária, do governador Joaquim Roriz (PMDB).
Por ordem judicial do desembargador Jirair Megherian, o jornal não poderia publicar nem trechos nem a íntegra das escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal com diálogos entre Roriz e os irmãos Pedro e Márcio Passos, acusados de chefiar o esquema de grilagem de terras públicas no Distrito Federal. Uma reportagem do jornal foi integralmente vetada na madrugada de hoje.
?O ocorrido abre um perigoso precedente na relação democrática de um veículo de comunicação com seu público, agride o direito fundamental, constitucional da liberdade de informação e de expressão e, mais que tudo, revive práticas de coação e intimidação que a imprensa brasileira jamais pensou reviver em momentos nobres como o atual: durante um período eleitoral que tem se pautado pela extrema correção e profissionalismo dos jornalistas brasileiros?, diz a nota da Fenaj.
A entidade, que representa 31 sindicatos de jornalistas em todo o país, alega que o papel da Justiça Eleitoral é ?garantir a lisura do pleito, zelar pelos limites éticos de candidatos e meios de comunicação durante as eleições, mas nunca ser o agente da volta da censura prévia?.
?A FENAJ reitera a sua crença na justiça, nas instituições democráticas, na ética dos profissionais de imprensa e espera que fatos lamentáveis como este sejam banidos para sempre do nosso país, para que a democracia brasileira possa seguir o seu caminho no rumo do aperfeiçoamento, nunca do atraso e do obscurantismo?, diz o trecho final da nota.