Felipão diz ser possível treinar Brasil e viver na Europa

O Brasil poderia ter Luiz Felipe Scolari no comando, na Copa de 2010? Por que não? Há um panorama possível: Dunga fracassa na Copa América, vai mal nas Eliminatórias e no meio do próximo ano acaba o contrato de Felipão para dirigir a seleção de Portugal.

O pentacampeão do mundo continua a morar com a família na Europa e ainda assim reassume a ?amarelinha? – como muita gente ainda sonha. ?Acho possível que um técnico brasileiro dirija a seleção mesmo da Europa?, diz o treinador que brilhou em 2002, no torneio da Coréia e do Japão.

?Cerca de 75% dos jogadores convocados atuam aqui. Os amistosos estão acontecendo também aqui. Basta ele estabelecer uma forma de trabalho e passar uma semana por mês no Brasil para acompanhar os jogos e descobrir novos atletas?, pondera, em entrevista por telefone.

A família o apoiaria, sem restrições. ?A minha mulher quer continuar na Europa por mais alguns anos?, insiste. E, para mostrar que a hipótese de comandar o Brasil a distância não é das mais absurdas, recorre ao exemplo do holandês Guus Hiddink. ?Ele treina a Rússia e mora na Holanda. Acho interessante. Posso estudar proposta para o Brasil ou outras seleções.?

Felipão, porém, não se mostra preocupado em fazer campanha para retomar o posto que ocupou por um ano (entre julho de 2001 e julho de 2002). Se bem que dá clara pista de que encerrará seu ciclo português após a edição da Euro programada para a Áustria e a Suíça.

?Depois de cinco anos e meio e de ter renovado todo um grupo de trabalho. Ter conseguido todas as classificações possíveis, ter jogado duas Eurocopas e um Mundial acho que chegou a hora de mudança de técnico?, pondera. ?O treinador tem de ficar num clube ou numa seleção no máximo três, quatro anos. É normal que aconteça a mudança.

O cuidado com a imagem se estende à possibilidade de atuar como garoto-propaganda para a Copa de 2014 no Brasil. Ele topa emprestar sua credibilidade e carisma no projeto, com uma ressalva fundamental.

?Sou um brasileiro disposto a ajudar o meu país. Desde que tudo seja bem estudado e que ninguém seja beneficiado?, avisa. ?Quando se faz um evento dessa magnitude é preciso passar ao povo quanto se vai gastar e estipular além do normal um mínimo de acréscimo. Tudo tem de ser feito com transparência. Ninguém pode levar vantagem. Ninguém.

Por não admitir vantagem descarta a possibilidade de um dia enveredar pela política. Já foi convidado muitas vezes, até para ser candidato a senador, e recusou. ?O que puder fazer pelo meu país, vou fazer. Mas longe da política.

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