As feiras livres, que funcionam de terça-feira a domingo em 43 endereços diferentes da cidade, vendem, em média, 670 toneladas de alimentos – hortifrutigranjeiros, frios, massas, pescados, carnes e afins, segundo dados da Secretaria Municipal do Abastecimento. O levantamento traz a média de vendas de outubro de 2003 a setembro deste ano.
"As feiras são mais que simples endereços de compras. Elas são também ponto de encontro de moradores de ruas próximas e os comerciantes atuam há anos nas feiras, conhecendo os hábitos e as preferências dos consumidores", diz a diretora de Unidades de Abastecimento da secretaria, Célia Richter Ross.
As feiras livres curitibanas ganharam novo impulso a partir de setembro, quando 60 feirantes participaram do curso "Como vender melhor com as ferramentas do marketing", realizado pelo consultor Alexandre Baer, com o objetivo de atualizar e melhorar as vendas nas tradicionais barracas que funcionam nas ruas, em dias e horários pré-determinados.
Segundo o secretário Paulo Base, o curso dado por Baer ensinou como angariar novos clientes e aumentar as vendas usando a criatividade e a disponibilidade de produtos que tenham não só qualidade, como também a preferência da clientela que faz das feiras endereço obrigatório para compras e encontros a cada semana.
Movimento equilibrado
Até a década de 1940, frutas e verduras eram transportadas pelos agricultores em carroções, vindos dos bairros distantes como Abranches, Bom Retiro, Portão e Santa Felicidade, entre outros. O principal ponto de venda era o Largo da Ordem, no Setor Histórico.
Enquanto os consumidores faziam compras, escolhendo os hortigranjeiros desejados, os cavalos se concentravam em torno do bebedouro em frente à igreja. O aumento de demanda fez os produtores trocarem as carroças por caminhões, e também pela instalação das primeiras barracas em pontos centrais, especialmente as praças.
Não tardou para a prefeitura administrar as feiras, já na década de 1960, regulamentando a atividade e definindo endereços fixos para instalação da infra-estrutura, no centro e nos bairros. Além de frutas e verduras, e dos clássicos pastéis e caldo de cana, aos poucos as feiras começaram a vender também outros produtos, como massas, carnes e peixes, ou mesmo calçados roupas e acessórios como luvas, meias e outros.
As inconstâncias climáticas e mesmo as entressafras não prejudicam o movimento regular nas feiras de Curitiba, que surgiram ainda no fim do século 19, e hoje fazem parte da paisagem urbana durante seis dias da semana.