A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu (ABCBRW) e o Grupo Rubayat se juntaram para divulgar a raça bovina Wagyu, de origem japonesa, da fazenda ao prato. O objetivo é disseminar a genética do Wagyu entre os produtores brasileiros, apresentando animais top bem em frente ao restaurante que o Rubaiyat está montando no Centro de Exposição Imigrantes, para a Feicorte 2007, programada para 19 a 23 de junho em São Paulo (SP).
Na Feicorte, os visitantes terão a oportunidade de conhecer a raça e saber um pouco de sua história, desde a seleção no Japão até sua introdução no Brasil. A feira contará com 45 animais em exposição e um restaurante estrategicamente montado na entrada do recinto de exposições.
Segundo Rogério Satoru Uenishi, superintendente técnico da ABCBRW, o rebanho brasileiro conta com um plantel aproximado de 1.000 animais puros e 10.000 exemplares de diferentes graus sanguíneos, oriundos de cruzamentos com raças zebuínos e européias. A entidade conta com 30 associados, espalhados principalmente por São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
?O Brasil concentra a maior população de bovinos comerciais do mundo, constituída basicamente por animais de raças zebuínas. O Wagyu tem grande potencial para se tornar uma das melhores opções para o cruzamento industrial. O marmoreio é a principal característica responsável pelos teores de sabor e suculência da carne. Essa é uma das principais características do Wagyu. Testes com animais com sangue Wagyu e Zebu comprovaram que sua carne apresenta excelente grau de acabamento de cobertura de gordura e marmoreio?, diz Uenishi.
A associação planeja grandes ações para promover o Wagyu no País. Entre elas está a realização de um leilão, primeiro no Brasil, com a oferta de aproximadamente 40 lotes, e a criação de um simpósio que deve contar com a participação de especialistas do Japão, Estados Unidos e Chile, países com grandes concentrações de bovinos da raça.
Histórico
O Wagyu é uma raça milenar japonesa, conhecida desde a época dos samurais. O gado originário da Ásia foi introduzido no Japão por meio da Península Coreana em meados do século II, com o objetivo de fornecer tração para o cultivo de arroz. Os primeiros exemplares foram importados para Shikoku, região montanhosa do Japão, mas a dificuldade no transporte causou lentidão na migração do gado e resultou em seu isolamento em pequenas áreas.
No Japão, cada cabeça custa em média cerca de R$ 70 mil. O quilo da carne é negociado no varejo ao equivalente a R$ 900, preço que se caracteriza pela qualidade do marmoreio na carne e todo o manejo no qual o animal foi mantido.
Por enquanto, os pecuaristas que trabalham com o Wagyu no Brasil ainda não estão produzindo animais com níveis de marmoreio obtido pelo Japão, principalmente em função de trabalhar com animais cruzados. Os restaurantes de elite no Brasil chegam a pagar até R$ 120 pelo quilo de carne de Wagyu.