A semana pré-eleitoral promete ser bem agitada. Nem tanto pelo pleito em si, mas, principalmente, pela agenda de eventos e divulgação de indicadores que ocorrerão nos próximos dias. Nos Estados Unidos, há dois destaques. A reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que começa amanhã e termina quarta, e o anúncio da primeira estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país no 3º trimestre, programada para sexta-feira.
Por aqui, o ponto principal destacado por analistas é a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na quinta-feira. Também serão acompanhados de perto os anúncios do IPCA-15 de outubro, amanhã, e a taxa de desemprego de setembro, na quinta.
A expectativa praticamente unânime dos analistas é de que o Fed manterá a taxa básica de juros nos EUA em 5,25% ao ano. "O importante é a mensagem que o BC americano passará no comunicado que será divulgado após a reunião", observou Fernando Fix, economista-chefe da Votorantim Asset Management. "Acredito que o tom de que continuam vigilantes quanto à inflação será mantido.
Para o PIB do 3º trimestre, as projeções são de desaceleração ante os três meses anteriores. Vladimir Caramaschi, economista-chefe da Fator Corretora, disse que a projeção mais freqüente no mercado é de uma expansão de 2,1% em relação ao trimestre anterior. "O número deve confirmar o desaquecimento e afastar a hipótese de uma queda abrupta", afirmou.
No que se refere ao Brasil, os analistas esperam com grande ansiedade a ata do Copom. O comitê terá mais uma reunião este ano (nos dias 28 e 29 de novembro) e a previsão da maior parte do mercado é de que reduza a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual. A ata da reunião da semana passada, porém, pode dar pistas que apontem para um corte maior, de 0,50 ponto.
Como a trajetória futura do juro básico está ligada à evolução dos índices de preços, os índices de inflação serão acompanhados de perto pelos investidores. Nesta semana, o mais importante é o IPCA-15. Caramaschi e Fix têm projeções parecidas. O primeiro espera uma alta de 0,25% e o segundo, de 0,24%. "É um número que não assusta", disse Caramaschi.
